Governo adianta novas contratações no modelo de nuvem
Com o processo de contratação centralizado, na forma de ata de registro de preços, o governo federal acredita ter um sistema de experimentação e aprendizagem para o que aponta como tendência, de novas e maiores licitações de computação em nuvem.
Os órgãos que começam a se valer desses serviços de nuvem identificam no cardápio flexível e na liberação de pessoas para novas e mais estratégicas funções alguns dos benefícios mais imediatos. Mudanças que também potencializam o papel da TI nas instituições.
Ao discutirem a importância da tecnologia, estratégias de implementação, dúvidas de migração e até temas de segurança da informação, gestores que estão diretamente envolvidos na transformação digital apontam caminhos, vantagens e dilemas da jornada digital. Lições que continuam a ser divulgadas pelo especial Computação em nuvem e serviços governamentais, produzido pelo Convergência Digital.
Ata em aberto serve de primeiro contato com nuvem no governo
A contratação centralizada da primeira nuvem pública do governo federal tem um caráter de experimentação para os órgãos federais com essa tecnologia. O pressuposto é de que a administração pública precisa ganhar familiaridade com os recursos de nuvem frente a perspectiva de novas e maiores contratações.
“O objetivo é induzir que o maior número de órgãos consiga utilizar esse primeiro processo para entender como funciona a nuvem, ver os benefícios, e capacitando porque a gente quer nos próximos anos sair com processo maior, multinuvem. A ideia é além de capacitar os órgãos que queiram entrar, também ver que serviços são estratégicos, o que é mais importante colocar na nuvem”, explica o diretor de operações compartilhadas da Secretaria de Governo Digital, Merched Oliveira.
Migração libera pessoal para inteligência e inovação
A gestão de infraestrutura própria de dados, a começar pelos datacenters, é um processo que demanda gente e tempo. Até por isso, é onde aparecem os primeiros efeitos práticos da migração para soluções de computação em nuvem. Gente e tempo que podem ser investidos em questões muito mais estratégicas para as instituições.
“A mudança é inicialmente de cultura, de repensar toda a TI. Principalmente no sentido de que temos hoje servidores muito ocupados com processos de contratação, com manutenção diária de equipamentos. Tira esse tempo gasto. E esses recursos humanos podem começar a pensar a instituição, colocar a inteligência da TI para pensar a educação e como usar esses recursos para melhorias e inovações”, ressalta o diretor de TI do IFPI, Eduílson Carneiro.
Cardápio de serviços facilita gestão de órgãos menores
Além de liberar força de trabalho que faz muita diferença quanto menor é a disponibilidade de pessoal, a migração para a nuvem traz flexibilidades importantes para diferentes perfis de órgãos públicos. “Tem ferramentas de contratação mais complexa. Então essa é uma mudança importante, porque poderemos lidar com tecnologias que atualmente são mais difíceis de contratar”, aponta o coordenador geral de TI do Iphan, Sérgio Porto Carneiro.
Da mesma forma, a nuvem se adapta a diferentes ambientes de gestão. “Onde tem muitas pessoas em poucos locais é mais fácil gerenciar. No caso do Iphan, que tem 79 pontos no país, muitos deles com cinco, dez pessoas, fazer gestão para esses ambientes é desafio. Ter um catálogo disponível onde uma série de itens não preciso mais estar me preocupando, para órgãos menores por si só já é um grande ganho.”
Infraestrutura como serviço é porta de entrada
A computação em nuvem traz uma série de possibilidades, mas do vasto menu a recomendação para um início de uso é na camada básica, de infraestrutura, como ressalta o chefe de Infraestrutura e Serviços de TI da Polícia Rodoviária Federal, Fabio Williams de Sousa. “A tecnologia nos dá capacidade computacional que seria muito caro de colocar no nosso datacenter, mas que na nuvem é mais barato, mais escalonável”, afirma.
“A estratégia nossa, e que oriento a todos os órgãos que forem começar a fazer implementação em nuvem, é que comecem pela infraestrutura. Tem que começar pela infraestrutura. E não é tudo que tem que ir para nuvem. A gente optou por uma nuvem híbrida. Vamos ter coisas on premises, no nosso datacenter, em Brasília. Nas 27 regionais, cada uma tem seu próprio CPD, que são mini datacenters. De início, nossa orientação é que esses CPDs vão todos para a nuvem. Máquinas virtuais, storage, alguns serviços locais, servidores de arquivos, vão todos para a nuvem. Depois as aplicações”.
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