Governo desiste de multinuvem, mas mantém modelo de broker em licitação
O governo federal fez um ajuste significativo na licitação de serviços de nuvem pública. Por enquanto sai a ideia de adotar múltiplas nuvens orquestradas, ficando portanto o novo termo de referência com uma nuvem única. Mas está mantido o modelo de broker.
“Antes era multinuvem, broker com dois fornecedores. Agora terá um fornecedor único. O uso de multinuvem seria mais por uma questão de redundância dos serviços. Como a gente vai subir inicialmente serviços não críticos, se pensou que essa redundância não seria extremamente necessária agora, mesmo porque há redundância nos ministérios. O que vai subir para a nuvem já existe na estrutura”, explica o coordenador geral de aquisições de TICs no Ministério do Planejamento, Cícero Almeida.
“Vamos primeiro adquirir expertise na condução desse processo de demanda, de execução de serviços em nuvem. É um pregão para o Ministério do Planejamento e alguns outros órgãos. Não é para todo o governo ainda. A gente primeiro quer rodar o modelo, ver se as empresas conseguem responder da forma que o governo precisa.”
Em razoável medida, isso implica na validação do modelo desenhado para medir os serviços e, claro, remunerá-los. “Queremos validar a métrica desse catálogo de serviços. E de forma que possa funcionar em qualquer das empresas. Se for ver entre os fornecedores, Amazon, Microsoft, etc, cada uma é de um jeito. Queremos equalizar de forma que funcione independentemente de quem ganhar”, diz Cícero Almeida.
Segundo o coordenador da Setic, a disputa se dará em seguida à consulta pública do termo de referência, aberta até 7/5. “A gente espera que até no máximo agosto já tenhamos não só o pregão como a ata registro de preços assinada. Ou seja, pregão final de junho, início de julho, prova de conceito em seguida e em agosto já teríamos ata assinada. Se for um pregão com sucesso, com os atributos para suportar mais órgãos, a gente pode abrir a adesão tardia, o carona.”
O modelo multinuvem era uma licitação estimada para ficar na casa dos R$ 40 milhões. Mas se essa alteração tem influência o valor final, também haverá variação como tamanho final do pregão. Inicialmente a ideia era fazer a nuvem para seis ministérios. “Pode ter uma participação maior dos órgãos, até porque já existe um pouco mais de maturidade. Também não está fechado ainda se vamos permitir a adesão tardia [à ata de registro de preços]”, diz Almeida.
Além da eventual expansão dos serviços de nuvem para os demais órgãos públicos federais, o governo já trabalha com a possibilidade de criação de uma nuvem privada. “Não pode subir dados sensíveis na nuvem. Então no caso dos serviços que têm informações classificadas do cidadão, os dados não irão para a nuvem. Os dados sensíveis não estarão nessa nuvem pública, mas existe a possibilidade de a gente criar nuvem de governo. Nesse caso terá que ser por meio do Serpro, Dataprev ou outra empresa de governo”, afirma o coordenador de aquisições da Setic.