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Oracle centra estratégia de nuvem em soberania de dados e briga pela Inteligência Artificial

Companhia foca no desejo das companhias de deterem seus dados estratégicos dentro de casa.

A Oracle admite que chegou atrasada no jogo da computação em nuvem, mas assegura que, agora, quando a soberania dos dados está no centro da estratégia do setor público e privado, a empresa está um passo à frente dos seus rivais diretos em cloud. A primeira decisão é a de oferecer serviços de datacenter e nuvem aos clientes sem o uso da marca Oracle. 

“A oferta pode ser em White Label. Se uma empresa quiser ter uma cloud brasileira para oferecer serviços, ela contrata a gente, a gente oferece operação, máquinas e o billing. E não estamos preocupados em aparecer”, revelou o vice-presidente executivo da Oracle América Latina, Luiz Meisler, durante o Oracle CloudWorld Tour, realizado nesta quinta-feira, 04/04, em São Paulo.

A estratégia da Oracle está centrada num serviço batizado de Alloy. Ele foi lançado em dezembro de 2022, mas somente agora toma tração na região da América Latina. Segundo Meisler, há um cliente na região quase fechando o primeiro contrato do Alloy – que é uma plataforma de infraestrutura de nuvem completa para a oferta de serviços na nuvem. No Brasil, também há negociações em andamento, em especial, nas verticais financeira e de telecomunicações, onde os grandes players possuem datacenters próprios como ativos e precisam recuperar seus investimentos. 

Com o boom da Inteligência Artificial, a Oracle usa a sua parceria estratégica com a Nvidia para demarcar posição no jogo nacional. O primeiro passo é que a empresa está trazendo GPUs H100 para o país para atender a uma fila de clientes. Expectativa da companhia é ter as GPUs disponíveis em um prazo de 10 semanas, já que elas são importadas. A H100 é muito usada para treinamento das empresas em LLMs para a inteligência artificial generativa. A H200 também está por chegar. Expectativa é que o acordo com a Nvdia seja firmado em dezembro, para receber as GPUs em maio de 2025.

E não pensem que a estratégia de IA está dissociada da computação em nuvem. Ao contrário. A aposta da Oracle é oferecer capacidade em IA para atender a demanda de soberania em inteligência de dados, afirmou o presidente da Oracle Brasil, Alexandre Maioral. O VP de High Tech e Inteligência Artificial, Leandro Vieira, diz que a busca pela soberania de dados e atuação em White Label chega para quebrar o preconceito das empresas com as estratégias passadas adotadas pela Oracle.


“Chegamos em clientes que não querem nem ouvir falar da gente por conta de erros do passado, mas quando quebramos a barreira e mostramos o que estamos fazendo, que nós estamos com preços em reais, que temos contratos transparentes, que fomos os primeiros a deixar de cobrar pela transferência de dados entre nuvem, conseguimos mostrar que a Oracle tem uma nova prática. A Oracle mudou de fato. E nuvem e IA fazem a diferença”, completa o executivo.

*Ana Paula Lobo viajou ao Oracle CloudTour São Paulo a convite da Oracle

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