Prodesp quer vender serviço; concorrer com o Serpro e ser a Prodi das Prodis
O Estado de São Paulo redesenhou toda a sua área de TI e a Prodesp – Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo – abraçou tecnologias de mercado para suportar novos serviços e entrar no mercado para vender novos serviços as outras prodis, em concorrência com o Serpro.
Há muitas mudanças já feitas e outras em andamento, como a contratação de um ERP de mercado – através de acordos operacionais para evitar licitações muito demoradas- para substituir a solução desenvolvida internamente para o Poupatempo. E o uso da Nuvem em projetos relevantes com diferentes fornecedores, conta em entrevista exclusiva ao portal Convergência Digital, o presidente da Prodesp, Carlos André.
O executivo – que teve carreira em empresas privadas e entrou no serviço público com o governo João Dória- diz que o desafio é o de fazer o cidadão satisfeito com o atendimento. “Entendi que o sucesso do Poupatempo é a eficiência e a produtividade. TI é meio e tem de ser eficiente. E partimos para fechar acordos operacionais para criar oportunidades como o é a Bolsa do Povo e o aplicativo SP mais humana”, afirma.
O home office – imposto pela pandemia de Covid-19 – também foi desafiador. No caso de São Paulo, ações imediatas foram necessárias como ‘derrubar’ o Lotus Notes para implantar o 365, da Microsoft e o Teams em todo o Estado em um prazo de 48 horas. No caso do Bolsa do Povo, a Prodesp criou um data lake para acolher todos os dados disponíveis. “Eu estou mostrando ao mercado que sou dono do dado, mas não preciso ter a melhor infraestrutura própria. Posso usar terceiros para ser mais eficiente e produtivo. Onde roda a aplicação é o menos importante. Mas essa aplicação precisa estar funcionando e ser de fácil acesso ao cidadão”, relata Carlos André.
A reestruturação da Prodesp nos últimos dois anos, mesmo com a pandemia, permite pensar em um plano audacioso: tornar a empresa uma integradora e uma prestadora de serviços para outras prodis no Brasil, mesmo ciente que haverá concorrência, entre elas a do Serpro. “Queremos ser Prodi das Prodis e levar tecnologia para outras prodis. Com tecnologia de última geração, os serviços chegam mais rápido ao cidadão. Gestão do ambiente é essencial, sem ela não ofereceria 1/5 do que tenho hoje em São Paulo”, reforça o presidente da Prodesp.
A Oracle é uma das principais fornecedoras dessa nova etapa da Prodesp. A tecnologia da fornecedora está à frente de projetos como o São Paulo Sem Papel, onde mais de 14 milhões de documentos já foram digitalizados até março deste ano, facilitando os processos e trâmite interno gerando um grande benefício.
Já o sistema de saúde S4SP, que utiliza o Banco de Dados e Middleware da Oracle, padroniza e centraliza os dados da rede pública de saúde. Ele facilita diversos procedimentos para os hospitais públicos e à população, como agendamento de consultas e exames, administração de leitos e até gestão de medicamentos. Até o momento, mais de 14 milhões de atendimento foram realizados pelo sistema. Outra iniciativa é o Balcão Único, que usa um usa um sistema 100% online, para abertura de empresas sem burocracia. A maioria dos serviços prestados era em on-premises, com licenciamento de assinatura, e, agora, esses produtos foram para a nuvem.
