Reguladores dos EUA podem melar negócio de US$ 69 bilhões entre Broadcom e VMware
O negócio de US$ 69 bilhões, ou R$ 345 bilhões, envolvendo a Broadcom e a VMware pode passar por um detalhado crivo regulatório, pelo menos é o que afirma o analista principal da GlobalData, David Bicknell. Segundo ele, os reguladores dos Estados Unidos, normalmente, não teriam problemas em uma empresa de chips comprar uma empresa de software em nuvem, mas como é a Broadcom, que tentou comprar a Qualcomm em 2018 e viu o negócio não ir adiante por ordem do presidente Donald Trump, o olhar ficará mais crítico.
“A VMware é uma empresa de ponta fornecedora de software de nuvem nos Estados Unidos e está sendo vendida para uma empresa sediada em Singapura e com fortes relações com a China. Isso atrai os olhares regulatórios por conta do cenário geopolítico, mas ainda assim uma ação de bloqueio me parece não razoável”, sustentou Bicknell.
Sobre o impacto do negócio, o analista de tecnologia da GlobalData, Rajesh Muru, foi taxativo: só terá sucesso se a Broadcom deixar a VMware ser VMware. “A Broadcom terá de manter a VMware como ela é hoje e não mexer. Se ela repetir o que fez com a Symantec e com a CA, pode ter problemas. Nessas duas empresas, houve muitos desligamentos de funcionários e se ocorrer o mesmo na VMware, o mercado pode reagir mal”, observa.
Um outro ponto colocado é a sobreposição de produtos VMware e Symantec, que obrigará a uma racionalização de portfólio. “A VMware, parte da Broadcom, pode prosperar, principalmente se puder alavancar os recursos de infraestrutura e a base de clientes da Broadcom em redes e armazenamento. No entanto, o sucesso dependerá do quanto os negócios vão se integrar nas diferentes unidades de negócios”, reforça o analista Rajesh Muru. A Broadcom anunciou a disposição de ‘matar’ a sua marca de software para ficar com a da VMware.