T-Systems amplia ofertas em nuvem para acirrar disputa com Amazon, Google e Microsoft
Embora seja uma das maiores fornecedoras globais de serviços em nuvem, a T-Systems ainda convivia com uma brecha importante em seu portfólio de ofertas de cloud computing. A empresa, que possui grandes contratos de cloud privada, serviços de IoT (Internet das Coisas), plataforma de cloud privada e desenvolvimento e sustentação de sistemas/AMS, carecia de serviços mais flexíveis, menos complexos e mais econômicos.
Como resultado, via sua receita escorrer pelos dedos quando os próprios clientes buscavam em concorrentes como Amazon, Google e Microsoft esse tipo de serviço. “Mais do que concorrer com esses players, nossa estratégia visa manter o cliente dentro de casa”, explica Guilherme Barreiro, líder de operações de infraestrutura de TI da T-Systems Brasil, referindo-se aos clientes que buscavam a nuvem pública para aplicações menos robustas.
Rodrigo Santos, head de portfólio e soluções da T-Systems Brasil, afirma que atualmente cerca de 10% dos clientes da empresa buscam serviços de cloud pública de concorrentes. “Queremos atender a esses clientes e, além disso, entregar o TCP àqueles que precisam da nuvem pública, mas até agora não a adotaram justamente por preferir não ter de recorrer a outro fornecedor”, diz Santos. Para tomar conta desse terreno, a empresa apresentou nesta quarta-feira (10) um serviço chamado TPC (Trusted Private Cloud), através do qual passa a atender demandas menores de seus atuais clientes.
A companhia tem feito pesados investimentos para ganhar o mercado de cloud computing, passando de 20ª para a 10ª maior empresa em market share entre 2011 e 2016, e registrando crescimento contínuo em sua receita – em 2016, cresceu 13% em relação ao ano anterior. Barreiro explica que o usuário do TPC terá acesso a um portal de autosserviço, onde poderá comprar CPUs, memória e disco. “Quando a quota chegar ao final, ele poderá gerenciar sua demanda, comprando mais ou reduzindo a utilização”, afirma.
Barreiro reforça que a oferta é um mix dos recursos oferecidos por nuvens públicas com a segurança das nuvens privadas. “A T-Systems vem aprimorando suas ofertas em nuvem há dez anos e chegou ao momento em que atende a todas as demandas de forma integrada”, diz, lembrando que os sistemas do TPC estarão integrados aos demais já oferecidos pelo data center da companhia, conversando entre si.
Isso significa que um cliente da empresa que tenha seu sistema de gestão SAP hospedado ali poderá utilizar o TPC para criar um ambiente de desenvolvimento e testar como um novo aplicativo se integrará ao sistema de gestão. O executivo cita ainda a cobrança do TPC através de um modelo comercial baseado em Reais, a inexistência de multa para o cancelamento do serviço, a hospedagem no Brasil (eliminando latência internacional) e a sua versatilidade (sem proporção física entre CPU e RAM) como diferenciais do novo serviço.
O TPC será direcionado inicialmente à base de clientes da T-Systems, que poderão contar com a oferta para deixar de contratar serviços complementares. “Por exemplo, clientes que estejam criando novos workloads em nuvem. Com o TPC, eles encontram facilidade de integração com o legado, contando com um ponto único de contato e vizinhança segura”, compara.Barreiro explica que o modelo se aplica também a clientes de hosting que queiram migrar para a cloud. Com o TPC, eles reduzem o custo da operação, utilizando um ambiente compartilhado, e encontram agilidade e flexibilidade no provisionamento de ambientes.
Além do TPC, as ofertas em nuvem da T-Systems Brasil também incluem outros dois modelos, todos baseados no data center Tier III da companhia, em São Paulo: Nuvem SAP, voltado exclusivamente para a hospedagem de sistemas SAP; e Nuvem PaaS, voltado para aplicativos legados que sejam tão críticos quanto o sistema de gestão dos clientes.