Bancos e Open Finance: a dura tarefa de atrair os correntistas
O modelo, que permite o compartilhamento de dados pessoais e bancários do cliente entre as instituições, é estratégico e terá atenção central das instituições financeiras. O trabalho, agora, é fazer a adesão dos correntistas aumentar a funcionalidade.
O Open Finance, que permite o compartilhamento dos dados pessoais e bancários do cliente entre as instituições para melhores ofertas de produtos e serviços e melhores custos, é prioridade máxima dos bancos para 2023, de acordo com a pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2023, que teve uma primeira etapa divulgada no começo de maio.
O levantamento mostra que 75% das instituições bancárias querem ofertar mais produtos financeiros para seus clientes, 69% desejam conhecer melhor o contexto do cliente e 44% pretendem oferecer serviço de iniciação de pagamentos. Além disso, 38% querem melhorar a precificação dos produtos, 31% reduzir riscos de crédito e 19% expandir negócios não financeiros.
Oitenta por cento dos bancos respondentes à pesquisa da Febraban afirmaram que até 10% de sua base de clientes aderiu ao Open Finance, uma proporção que, segundo eles, deverá crescer neste ano. O levantamento constatou que a análise e exploração dos dados obtidos via Open Finance seguem como top 1 nas prioridades das instituições financeiras, posição também ocupada no ano passado.
Para este ano, os bancos ainda citaram a transformação cultural do banco, moedas e ativos digitais, expansão de transações via chatbot e o incentivo do consumidor ao compartilhamento de dados. Assim, os bancos estão cada vez mais orientados a explorar as oportunidades relacionadas a dados, conscientes da necessidade de transformar a cultura organizacional, paralelamente aos avanços tecnológicos, usufruindo dos benefícios dos investimentos em Cloud.
Como apoio, também estão na agenda: otimização do legado e priorização de Cloud; Inteligência Artificial, como tecnologia essencial para automação; Segurança Cibernética Inteligente, para lidar com o aumento da conectividade e com a dependência exponencial de dispositivos e sistemas online; e os chamados movimentos emergentes, como Tokenização de ativos, 5G, Metaverso e ESG (sigla que representa a sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa nas empresas).
“A segurança cibernética inteligente, que não depende de uma tecnologia, mas sim de vários métodos de verificação e autenticação, é essencial para que nossos clientes façam suas operações com total segurança”, avalia Rodrigo Mulinari, diretor do Comitê de Inovação e Tecnologia da Febraban. De acordo com ele, as instituições estimam aumentar o orçamento de segurança cibernética para infraestrutura, prevenção às ameaças, gestão de identidades e acesso, contratação de especialistas na área de segurança da informação, e detecção e respostas a incidentes no meio digital.