Febraban: dois terços das transações bancárias são feitas pelo mobile banking
Segunda etapa da pesquisa Febraban, com dados de 2022, mostra que 42 transações por conta corrente são feitas via mobile banking, com o PIX em destaque. Mas o banco móvel ainda tem a missão de conquistar a confiança do B2B. Os ATMs tiveram 27% de redução em suas transações.
Segunda etapa da pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2023, divulgada nesta quarta-feira, 28/06, no Febraban Tech, em São Paulo, revela que houve um salto em transações bancárias, o maior registrado nos últimos 11 anos, muito em função do crescimento de 54% no mobile banking nos últimos 12 meses.
O levantamento mostra que oito em cada 10 transações bancárias estão sendo feitas em canais digitais. Em 2021, eram sete em cada 10 transações. Hoje, sozinho,o celular é responsável por 66% de todas as operações feitas no País. Em contrapartida, os ATMs tiveram uma redução de 27% no número de transações.
Um dado relevante do estudo foi o salto de 531% nas transações efetivadas pelo WhatsApp, nos bancos que têm serviços pelo OTT, alcançando 56,2 milhões de transações. Deste total, 37% se referem às operações financeiras via PIX e 29% às renegociações de dívidas. A ferramenta também facilita a realização de consultas para o cliente. Dentre as transações não financeiras, as consultas de saldos e extratos (24% do total), bem como as de cartão de crédito (10%), foram as operações mais efetuadas.
Esse número ainda é considerado incipiente, mas revela a força do OTT e não contabiliza o WhatsApp Pay, a ferramenta de pagamentos de OTT da Meta. “Dos bancos ouvidos, 50% têm serviços ofertados pelo WhatsApp, com movimentações financeiras, como regularização de dívidas. O que fica como tendência é o uso do WhatsApp aumentando como canal digital”, afirmou o diretor do Comitê de Inovação e Tecnologia da Febraban e diretor de TI do Banco do Brasil, Rodrigo Molinari.
PIX muda a cara do setor financeiro
O PIX, reforçou o estudo da Febraban, se consolidou como o meio de pagamento preferido do brasileiro, apesar de o levantamento não ter aferido o percentual do PIX nas 42 transações feitas por conta no mobile banking. “Fica óbvio que o PIX tem uma fatia maior, mas não temos esse número. Nas pessoas físicas, o mobile tem 95% da preferência, mas nas empresas (PJ) o Internet Banking ainda está à frente, apesar de o mobile ter encostado , com 14,1% para 13,9%”, pontuou Molinari.
O estudo mostra que os usuários considerados heavy users, ou seja aqueles que fazem muito uso da ferramenta, realizaram mais de 30 transações de PIX por mês. Para envios de PIX, o aumento foi de 131%, totalizando 46 milhões de heavy users, enquanto os recebimentos alcançaram 33 milhões de heavy users, alta de 106%.
Questionado pelo Convergência Digital sobre as estratégias para o crescimento do uso do PIX nas empresas, Rodrigo Molinari disse que não há regra estabelecida pelo Banco Central para empresas e cada banco tem a sua política. Vale lembrar que, nos bancos privados, a cobrança do PIX para empresas já acontece e o valor aferido é o mesmo do DOC e da TED, sendo que o DOC será descontinuado pelos bancos.
No total, mostra a Febraban, os brasileiros fizeram, no ano passado, 163,3 bilhões de transações nos vários canais de atendimento disponibilizados pelos bancos, representando um significativo aumento de 30% ante 2021. Esta taxa de crescimento é a maior já registrada na história das transações, sendo influenciada principalmente pelo desempenho do mobile banking, que teve alta de 54% no número de operações realizadas pelos clientes, totalizando 107,1 bilhões.
O número de contas correntes abertas em 2022 foi de 46,2 milhões. E, deste total, 63% foram abertas por canais digitais (mobile banking e internet banking). Pelo segundo ano consecutivo, o número de contas abertas em canais digitais superou o de contas abertas em canais físicos. De acordo com a pesquisa, das 469 milhões de contas ativas (contas correntes, contas de poupança e contas de poupança social digital para pessoa física e pessoa jurídica, com movimentação nos últimos 6 meses), 45% do total está sendo utilizado no mobile banking.