Febraban: Exigimos respeito. Somos muito mais que bancões tradicionais
"Alguns concorrentes surgiram como mais baratos, modernos e inovadores e usam tom jocoso para nos chamarem de tradicionais. Mas as críticas revelam o que eles não têm: história", disparou o presidente da Febraban, Isaac Sidney.
Ao abrir o maior evento de tecnologia bancária da América Latina, o Febraban Tech, nesta terça-feira, 27/06, a Federação Brasileira de Bancos cutocou as fintechs e os novos concorrentes do setor. Para o presidente da Febraban, Isaac Sidney, o tom jocoso dos novos entrantes em relação às instituições com décadas de atuação revela ‘uma certa inveja’.
“Somos qualificados como tradicionais, como bancões, e isso vem acompanhado de um tom de demérito ou acusatório. Mas cabe aqui uma reflexão. Qual seria a razão desse tom jocoso? Ele acaba revelando algo que os que nos criticam não têm: história. Temos uma bela história, que nos deu bases sólidas, presença física em todos os estados do pais. E fazemos parte da vida de gerações de brasileiros, do dia a dia de milhões de pessoas e empresas. Queremos ser respeitados. Somos bancos, temos eficiência, temos inovação, temos capacidade e não vamos abrir mão desse papel”, afirmou Sidney.
O presidente da Febraban destacou ainda que uma das principais tradições das instituições financeiras no país é investir e usar intensamente a tecnologia. “Somos tradicionalmente inovadores e olhamos para frente. Queremos garantir a vanguarda da tecnologia. A pegada tecnológica dos bancos está em todo o lugar. Temos mais de 180 milhões de clientes bancários espalhados em todo o pais, todos com possibilidade de ter o banco nas mãos, nos bolsos ou bolsas, de todos brasileiros. E com 18 mil agências físicas também para acolher os brasileiros. Somos versáteis e plurais, somos presentes para quem precisa de amparo e virtuais para quem pode ou quer atendimento virtual. Não estamos apenas nos 0800 ou nos links e apps.”
Em especial, a Febraban lembrou das transações instantâneas do PIX e da jornada de inovação que continua. “O PIX é uma referencia nacional e internacional e não é a toa que vamos descontinuar o ‘doc’ a partir do próximo ano. As transformações digitais vão continuar. É o Real Digital, o Open Finance em plena fase de evolução e serão os bancos que vão consolidar esse processo de inovação”, disse Isaac Sidney.
“Falo com assertividade que não temos vergonha de sermos o que somos. Às vezes somos qualificados como tradicionais ou atrasados. E tenho muita convicção que o que os bancos mais têm é tradição em tecnologia, tradição em inovação, tradição em eficiência. É importante frisar o papel dos bancos tradicionais no Brasil. Temos uma atuação muito importante enquanto alavanca da economia. Alguns concorrentes chegaram à pouco, não têm história. Nós temos história e temos que enfatizar isso”, completou o presidente da Febraban.
Em entrevista à CDTV, do portal Convergência Digital, o presidente da Febraban disse que ‘não tinha a intenção de ser agressivo’ ao dizer que os bancos tradicionais não atendem apenas pelo 0800 ou por meio das APIs, mas disse que exige respeito dos novos entrantes.
BNDES entra na Febraban
O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, participou do evento por meio de vídeo. Ele ressaltou o importante diálogo entre governo e as instituições financeiras em prol do desenvolvimento. “Esse diálogo, fundamental para avançarmos em uma agenda de competitividade que favoreça e estimule o desenvolvimento brasileiro, permitiu, por exemplo, o PIX, uma tecnologia de referência para o mundo inteiro”, disse Alckmin.
O vice presidente ressaltou, ainda, o ingresso neste ano do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social entre as 115 instituições associadas à Febraban. “Essa aproximação permitirá ao governo e à iniciativa privada conceberem uma política de crédito equilibrada, consistente com necessidade de consumo e investimento no Brasil.”