Futurecom 2023

Brisanet: Condicionantes para Winity/Vivo dão fôlego aos pequenos até 2030

O CEO da Brisanet, José Roberto Nogueira, defendeu durante a Futurecom 2023, realizada de 03 a 05 de outubro, em São Paulo, que a Anatel aplique condicionantes para aprovar o acordo de RAN Sharing entre Vivo e Winity. Segundo ele, é o caminho para que as prestadoras regionais tenham fôlego para competir com as grandes.

“Temos que explorar o mercado das cidades médias e grandes para ter alguma compensação. Esse mercado abaixo de 100 mil habitantes ainda é osso para o setor de telecom e representa pouca receita. A grande receita está nas 320 maiores cidades do país, que concentram 90% da receita de telecom”, afirmou.

Winity e Vivo pedem anuência da Anatel para um acordo de aluguel de espectro, na faixa de 700 MHz, por 20 anos. Até aqui, a agência indicou que vai exigir contrapartidas para autorizar o uso, pela Vivo, da frequência adquirida pela Winity no leilão do 5G. Notadamente, para garantir condições aos pequenos prestadores de acessar o mesmo espectro.

A primeira condicionante, ainda em discussão, permite roaming mesmo nas áreas de prestação das PPPs. “O primeiro remédio traz um conforto com o roaming intra área até 2030. Se isso não vier a acontecer e em 2026, 2027, o novo PGMC não der continuidade ao roaming intra área, sendo apenas o tradicional, isso impacta em muito a operação. E em 2030 teremos uma rede grande e bem construída, o que traz uma moeda de troca com quem precisa entrar no interior e vai precisar da nossa rede também”, afirmou o CEO da Brisanet.


Outro remédio apontado nos dois votos apresentados no conselho diretor da Anatel é proibir o RAN Sharing em cidades com menos de 100 mil habitantes com demais operadoras com poder de mercado significativo – leia-se Claro e TIM.

“O segundo remédio, a proibição do RAN Sharing em cidades abaixo de 100 mil habitantes, é onde tem um mercado mais próximo do regional que já tem rede, com deficiências de outras redes, e isso traz possiblidade de Sharing mais expressiva. Caso venha a acontecer o RAN Sharing, seria assimetria econômica de três grandes operadores investindo em um único equipamento, com três faixas de 100 MHz, enquanto a Brisanet e outras regionais teria que ainda colocar uma torre mesmo quando essa área estiver atendida”, avaliou Nogueira.

Ele afirmou que até o fim de 2023, a Brisanet terá rede 5G em 40 cidades e uma capital. “Estamos operando 5G em caráter experimental de plataforma. Já temos rede construída em uma área de 1 milhão de habitantes, mas ativado comercialmente em 10 cidades, onde estamos fazendo o teste da jornada do cliente dentro da plataforma. No final do ano estaremos com área coberta de 4 milhões de habitantes, 40 cidades, incluindo uma capital.”

Botão Voltar ao topo