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ABES: Software cobra transparência do ministério da Economia

Não foi exatamente uma surpresa o veto à prorrogação da desoneração da folha de pagamento para dezembro de 2021 feito pelo presidente Jair Bolsonaro, nesta terça-feira, 07/07, afirmou o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Software, Rodolfo Fücher, ao Convergência Digital. Segundo ele, a informação que ‘o gato tinha subido no telhado’ já circulava.

“A informação é muito ruim. Ela chega em um momento de decisão de investimentos para 2021, com um cenário tão complexo é o deste ano. E não são apenas as empresas brasileiras que vão suspender os projetos de aportes. As multinacionais também. Falta dar uma clara visibilidade de qual é a intenção do governo com relação à desoneração da folha para 2021. O Brasil está perdendo projetos para outras subsidiárias internacionais por conta do custo. Sem a desoneração, esse gap só vai aumentar”, lamentou o presidente da ABES.

Fücher diz que está conversando com o secretário do ministério da Economia, Carlos da Costa, sobre a questão do acesso ao crédito. “Não se tem acesso. Falar com a Caixa é quase impossível. O dinheiro não chega na ponta. Há setores extremamente atingidos como o que atende aos hotéis, companhias aéreas e restaurantes e bares. Se o crédito não chegar, muitas empresas vão fechar e o impacto será ainda maior na economia”, pontua.

Segundo ainda o presidente da ABES, agora, há duas alternativas: sentar à mesa com o ministério da Economia e entender qual é o projeto do ministro Paulo Guedes para a desoneração ‘ampla’ que ele está sugerindo para 2021 e tentar reverter o veto no processo legislativo. Para isso, Senado e Câmara teriam de remover o veto do presidente Jair Bolsonaro ainda em 2020.

Os dados setoriais de software não são animadores. A Inadimplência para os pequenos está em torno de 27%. Nas médias empresas, esse percentual chega, em média a 18%. Nas grandes empresas, o impacto é menor porque é o custo do serviço. “Não pagou, não tem serviço como é na distribuição de energia elétrica”, pondera. E os dados mais recentes da ABES mostram que o Brasil caiu mais um degrau na competição global. O País ficou na 10ª posição em software em 2019, quando, em 2018, estava na 8ª posição.


“Esses dados mostram que o Brasil está na contramão de um mercado que está crescendo no mundo. Nós não deveríamos estar perdendo posições uma vez que temos 150 milhões de usuários de Internet. Temos um parque instalado rodando, mas sofremos com a burocracia, com a falta de crédito e com o custo da mão de obra. Lembrando que um bom profissional pode ser contratado em qualquer lugar do mundo em TI, basta ele ter qualidade. O Brasil não pode perder essa janela”, completa Rodolfo Fücher.

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