Governo

Abinee: Governo Bolsonaro escolheu a desindustrialização do Brasil

A Associação Brasileira da Indústria Elétrica Eletrônica – Abinee- reagiu mal à nova redução da tarifa de imposto de importação em 10% a partir de abril, sobre bens de informática e de telecomunicações, como computadores, tablets e celulares, e sobre bens de capital. A entidade sustenta que o Governo Bolsonaro não conversou sobre a medida e que há a escolha pela desindustrialização do país.

A Abinee lembra que Informática e Telecomunicçaões já tinham passado por uma redução de alíquota, em março do ano passado. Na ocasião, reporta a entidade, o governo havia assumido o compromisso de não promover novas reduções, enquanto não fizesse um corte horizontal similar nas tarifas de outros segmentos, que alcançassem os insumos.

Segundo ainda a representante da indústria eletroeletrônica, embora esses itens tenham passado por redução no final do ano passado, uma nova redução dos bens finais deve estar condicionada a outra rodada de cortes dos insumos. “Se em outros governos se escolhiam vencedores, no atual parece que se escolhem perdedores”, afirma o presidente da Abinee, Humberto Barbato.

A nota oficial da Abinee diz ainda que a entidade tem mantido reuniões periódicas com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e a nova redução do Imposto de Importação não havia entrado em pauta. “Essa decisão, anunciada outra vez de forma intempestiva, quebra a confiança no diálogo e aumenta a insegurança jurídica, o que afeta qualquer intenção de investimento e de reindustrialização no País”, afirma Barbato. “Dado nosso frequente diálogo com o ministro Paulo Guedes, esperávamos que fossemos previamente comunicados a respeito”.

O presidente da Abinee também observa que as medidas para equacionar os itens do custo Brasil, que oneram a produção nacional, embora estejam acontecendo, não estão sendo implementadas no mesmo ritmo da redução das tarifas de importação. Barbato sustenta que a decisão também vai na contramão dos movimentos de países como os Estados Unidos e diversos da Europa, que estão promovendo medidas para a atração de investimentos produtivos, principalmente os voltados a alta tecnologia, como forma de diminuir vulnerabilidades e a dependência chinesa, evidenciada desde o início da pandemia, e agora agravada pela guerra entre Rússia e Ucrânia.


 *Com informações da Abinee

Botão Voltar ao topo