Anatel clama por ‘corrida aos conversores’ de TV Digital em Franca e Ribeirão Preto
Os percentuais muito abaixo do esperado na preparação dos domicílios, especialmente nas regiões de Franca e de Ribeirão Preto, em São Paulo, levaram à Anatel, que coordena a transição para a TV Digital, a pedir que os moradores corram para comprar os conversores para seus aparelhos de televisão. Na dúvida, a decisão foi empurrar o desligamento analógico em ambas para não antes de 31 de janeiro de 2018.
“O grande apelo que fazemos é que os habitantes precisam adquirir o kit [de conversor e antena] no comércio local. Não houve essa corrida e temos que incentivar que isso aconteça”, afirmou o presidente da agência, Juarez Quadros, que também lidera o grupo de implementação da digitalização, que reúne governo, Anatel, emissoras de TV e operadoras de telefonia móvel.
Como apontado pelas pesquisas feitas pelo Ibope, em Franca e Ribeirão Preto apenas 80% e 84% dos lares estão aptos a receber somente sinais digitais de televisão. Outras regiões do interior de São Paulo onde o ‘apagão’ analógico estava previsto para a meia noite desta quarta, 29/11, também tiveram o cronograma esticado. Em Santos, as emissoras comerciais só vão transmitir apenas em digital a partir de 20 de dezembro. Nas regiões de Campinas e do Vale do Paraíba, essa data foi empurrada para 17 de janeiro de 2018. Em Franca e Ribeirão, será preciso uma nova pesquisa para confirmar o desligamento.
“Os radiodifusores vão intensificar a campanha na televisão e por parte da EAD [Seja Digital, o braço operacional da digitalização] tem bastante atividade também, uma vez que há necessidade mais firme, como feirões e promoções, junto ao comércio local, uma campanha mediante às lojas autorizadas que fornecem conversor e antenas”, disse Juarez Quadros.
Algumas dessas áreas no interior de São Paulo contam ainda com uma dificuldade adicional – a falta de canais disponíveis para a transmissão simultânea de sinais analógicos e digitais. Por isso, explica a EAD, algumas emissoras acabaram tendo atrasos na preparação das transmissões com a nova tecnologia.
Ainda assim, o ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, minimizou as mudanças no cronograma. “Do ponto de vista de politica pública, isso não faz a menor diferença. É evidente que do ponto de vista das operadoras [que precisam da liberação da frequência ‘analógica’ para ativar 4G em 700 MHz] faz alguma diferença, mas está dentro da margem de erro.”