Banco Central: Pix tem de ser serviço público e está longe de ser concorrente dos cartões
A afirmação é do presidente da Autoridade Monetária, Gabriel Galípolo. Ele revelou que hoje, há mais de 858 milhões de chaves registradas no Pix e 252 milhões de operações registradas em um único dia.

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que não há rivalidade entre o Pix e as transações com cartões. A declaração foi feita durante a abertura do evento Blockchain Rio 2025. Ele também defendeu que o PIX tem de ficar como uma estrutura pública do Banco Central.
O comentário vem em um momento em que os EUA investigam o Pix como uma “ameaça” às empresas americanas, em meio à escalada tarifária do presidente Donald Trump. As “vítimas” seriam sobretudo gigantes de cartões de crédito como Mastercard e Visa.
De 2009 a 2019, o crescimento das transações com cartões de débito e pré-pago foi de 16,5%, enquanto no pós-Pix (2020 a 2024), esta evolução foi de 18,8%. Para os cartões de crédito, por sua vez, os índices de expansão são respectivamente de 13,1% e 20,9% no pré e pós-Pix. “O Pix produziu bancarização, inserindo pessoas no sistema”, defendeu.
Segundo o BC, hoje, há mais de 858 milhões de chaves registradas no Pix e 252 milhões de operações registradas em um único dia. “Vemos um salto do Pix de 46% para 76% entre 2021 e 2024 em utilização.”
O presidente do Banco Central defendeu ainda que o Pix permaneça como uma estrutura pública do BC. Ele argumentou que a solução de pagamentos se revela uma infraestrutura estratégica para o país. “Imagine o conflito de interesses caso um incumbente pudesse tirar participantes do Pix”, disse.
Galípolo também afirmou que a legislação precisa continuar avançando para garantir ao BC um arcabouço legal e financeiro para seguir com suas entregas à população. Ele disse que o BC segue com o seu trabalho de inovação e defendeu a autonomia da autoridade monetária.