Big data no Governo Federal levou ao corte de 5 milhões do Bolsa Família
O governo federal relançou nesta segunda-feira, 16/4, o Govdata, o ‘lago de informações’ unificado da administração pública, no momento com 14 bases de dados mas planos de ampliação para 20. Trata-se da ferramenta que permite a órgãos públicos cruzar informações com outros órgãos, administrada pela Setic, do Ministério do Planejamento, com estrutura do Serpro e da Dataprev.
“É uma medida estrutural, anunciada ainda em maio do ano passado, em que o governo daria e teria acesso a suas próprias bases de dado de forma a ter as informações dos cidadãos que estão nessas bases, de forma a prestar um melhor serviço, requerer menos informações, e dentro de políticas sociais saber se os recursos alocados estão para as pessoas que deveriam receber”, destacou o novo ministro do Planejamento, Esteves Colnago.
As políticas sociais foram o primeiro alvo e, até por isso, se prestaram neste relançamento a servir de ‘garoto propaganda’ para o ‘Big Data’ do governo federal. Afinal, segundo o ministro de Desenvolvimento Social, Alberto Beltrame, até aqui 5,2 milhões de benefícios do Bolsa Família foram cancelados graças ao cruzamento de informações.
“Seria uma economia potencial de R$ 2 bilhões, mas 4,8 milhões de famílias entraram no lugar, o que nos permitiu zerar a fila do Bols Família. Além disso, com o cruzamento de dados antes da concessão do benefício, já impede indevidos. Por exemplo, se informa renda zero, antes de pagar verifica se tem alguma inconsistência”, afirmou Beltrame.
Na prática, o MDS começou a fazer o cruzamento de dados antes do Govdata, ou seja, ainda de forma “manual”, indo atrás de cada uma das bases de dados. Foram usados as informações do Sisobi e SIM (óbitos), Rais e Caged (emprego), Siape (recursos humanos), NIS, maciça do INSS e Grupo Familiar do BCP. “Trazemos a experiência do cruzamento de diferentes bases de dados. Mas com a implantação do Govdata isso será muito simplificado”, completou o ministro.