Brasil tem de investir em chips se quer deixar de ser só comprador de Tecnologia
O futuro da economia passa por uma transição digital e pelo uso cada vez maior da Tecnologia da Informação e a célula dos sistemas são os chips e nenhum país produziu chips sem a participação efetiva do Estado. “Não existe, com esse governo liberal (falando do governo Bolsonaro) pensou uma fada mágica do mercado. O Estado tem de entrar junto com o setor privado para garantir a produção”, afirmou o coordenador dos grupos de transição do Governo Lula, Aloizio Mercadante, ao se referir ao fim da liquidação do CEITEC, pedido feito pelo GT de Transição de Ciência e Tecnologia.
Mercadante foi enfático em coletiva realizada nesta quinta-feira, 08/12. “Depois de 3 anos e 11 meses sem fazer nada, com apagão fiscal, esse governo atual quer atrair investimentos para chips por Medida Provisória? isso é inaceitável. Esse governo atual fez de tudo para liquidar a única fábrica de chips do Brasil. O futuro do país está em fazer mais software, mais hardware, mais games”, disse.
Ao comparar o CEITEC à Embraer, Mercadante lembrou que a companhia está fazendo carros voadores com contratos em andamento. “Isso só foi possível porque houve investimentos aos longos de muitos anos. Nós precisamos desenvolver tecnologia para reindustrializar o Brasil. Temos de produzir semicondutores. Temos de formar mais. Tivemos uma inteligência perdida com a dispersão de cientistas do CEITEC”, lamentou.
O coordenador de transição do governo Lula disse que a participação do Estado não implica em deixar de buscar as empresas privadas. “Queremos parcerias sim. O Estado será indutor”, reforçou. Mercadante insistiu que se o Brasil quer deixar de ser apenas um comprador de tecnologia, terá de investir em chips para entrar na elite dos países que produzem semicondutores.