Brasil tem desempenho pífio em ranking global de educação digital em cibersegurança
O Brasil está na 42ª posição do ranking de 50 países avaliados com respeito ao nível de conhecimento atual sobre risco cibernético de suas populações e a relevância das iniciativas para promover educação e treinamento sobre esse tipo de risco no futuro – de acordo com o estudo global Cyber Risk Literacy and Education Index (Índice de Educação em Risco Cibernético), produzido pela consultoria Oliver Wyman.
Para compor o ranking, a consultoria analisou cinco critérios: (1) a motivação da população em geral em termos de boas práticas de segurança cibernética; (2) políticas públicas para melhorar o conhecimento em riscos cibernéticos; (3) como os sistemas educacionais abordam o tema; (4) as estratégias das empresas para melhorar as habilidades em riscos cibernéticos de seus funcionários; (5) e a inclusão digital da população, principalmente os mais vulneráveis à esses riscos como os idosos.
De acordo com o estudo, Suíça, Cingapura, Reino Unido, Austrália, Holanda, Canadá, Estônia, Israel, Irlanda e Estados Unidos lideram o ranking. Além de terem uma boa pontuação em todos os fatores analisados (por exemplo, uso de internet em escolas, pessoas certificadas em segurança cibernética e existência de políticas públicas relevantes), essas nações são as que melhor integram o tema do risco cibernético em seus sistemas educacionais, no mercado de trabalho e em políticas governamentais.
“O risco cibernético se tornou um problema ainda mais relevante dado o momento em que estamos vivendo, com mais pessoas trabalhando a partir de suas casas e fazendo mais compras online – atividades que, se realizadas sem boas práticas de segurança, podem causar sérios problemas, como, por exemplo, perdas financeiras.” diz Rodrigo Gouvea, diretor da área de Digital da Oliver Wyman no Brasil. “Iniciativas amplas para conscientização da população sobre esse tipo de risco são fundamentais”, complementa.
Ainda segundo a consultoria, os países incluídos no ranking foram selecionados de acordo com a sua influência econômica, política, cultural ou militar na sua região; se são desenvolvidos ou estão em desenvolvimento econômico; se tem infraestrutura para acesso amplo a computadores; disponibilidades de dados geográficos e pesquisas de opinião; e políticas públicas com cronogramas de investimentos para educação e segurança digital.
O relatório enfatiza que embora quase 95% das questões de segurança cibernética possam ser atribuídas a erros humanos, tais como clicar acidentalmente num link malicioso, a maioria dos governos ainda não investiu o suficiente para educar os seus cidadãos sobre esses riscos. Por isso, a educação sobre riscos cibernéticos, juntamente com a educação financeira, é uma nova prioridade do século XXI para governos, instituições educacionais, e empresas.
A educação sobre riscos cibernéticos é um tema em evolução. Os países que ocupam posições inferiores necessitam de uma estratégia nacional voltada para o assunto. Algumas nações em mercados emergentes estão apenas começando a identificar essa questão como uma preocupação nacional, destaca o relatório.