Brasil vai atrás de dinheiro para ser referência global em data centers verdes
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, quer atrair R$ 2 trilhões em investimentos no país na próxima década e os centro de dados são parte estratégica. Haddad quer antecipar os efeitos da Reforma Tributária para garantir a desoneração dos investimentos feitos nos data centers.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que faz um road show nos Estados Unidos para atrair investimentos, afirmou que a nova política de data centers em elaboração pelo governo federal antecipará para o setor os efeitos da reforma tributária sobre consumo, como a desoneração de investimentos e exportações. A medida integrará o futuro Plano Nacional de Data Centers (Redata), que pretende atrair R$ 2 trilhões em investimentos no país na próxima década.
“A antecipação dos efeitos da reforma tributária permitirá que todos os investimentos no setor sejam desonerados e que todas as exportações de serviços a partir dos data centers também sejam absolutamente desoneradas”, disse em evento promovido pelo Milken Institute, em Los Angeles.
Reportou ainda que, nas próximas semanas, o governo deve enviar ao Congresso um projeto de lei ou medida provisória que isenta de tributos federais os bens de capital ligados a bens de tecnologia da informação para centro de dados. O governo também quer isentar a exportação de serviços.
“Viemos para o pré-lançamento da Política Nacional Data Center. Para a área de data center, resolvemos antecipar os efeitos da reforma tributária já aprovada pelo Congresso Nacional, por emenda constitucional, ou seja, uma coisa absolutamente sólida do ponto de vista institucional”, explicou.
Uma das prioridades da equipe econômica do governo federal para este ano é justamente a implantação da nova política de data centers. Segundo Haddad, a ideia com as novas regras é “prover os data centers de energia limpa”, a fim de que eles possam “processar os dados com seguranças cibernética e jurídica” para empresas de todo o planeta. Isso colocará a economia brasileira em uma direção “simultaneamente digital e verde”.
O ministro também mencionou a articulação com o Congresso Nacional para a aprovação do novo Marco Legal dos Data Centers. No entanto, admitiu que existem desafios como direitos autorais e a preservação da concorrência. “Preocupações legítimas, mas eu acredito que a equipe econômica e o Congresso Nacional, sobretudo os relatores que foram designados para tratar desses assuntos, estão muito sintonizados com os desafios do crescimento da economia digital”, ressaltou Haddad.