Enfim está saindo do papel a disposição do governo em investir na estatal de chips, a Ceitec, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Um ano depois da reversão da sua extinção, a ministra do MCTI, Luciana Santos, vai formalizar o apoio de R$ 220 milhões para a empresa pública nacional voltada à produção de semicondutores. Agora é saber se haverá tempo para a recuperação da empresa e para a recontratação de profissionais especializados.
Os recursos destinados à CEITEC provêm do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e serão geridos pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP). Esse aporte financeiro permitirá que a empresa modernize sua plataforma industrial e avance com a produção de chips de carbeto de silício (SiC), que são conhecidos por sua alta eficiência e capacidade em operações de potência.
“A produção local de semicondutores é essencial, não apenas para suprir a demanda interna, mas também para posicionar o Brasil como um player relevante em mercados internacionais que estão em crescimento”, explicou a ministra Luciana Santos.
No Painel Telebrasil 2024, o secretário de Ciência e Tecnologia para Transformação Digital do MCTI, Henrique Miguel, informou que a CEITEC teria a missão de produzir componentes voltados para veículos elétricos, data centers e equipamentos relacionados à geração de energia fotovoltaica ou eólica. “Ainda vamos ter uma oportunidade muito grande no desenvolvimento das IA com equipamentos de baixo consumo energético”, sustentou em entrevista ao Convergência Digital.
Já o presidente do Ceitec, Augusto Gadelha, também em entrevista ao Convergência Digital, na Futurecom 2024, disse que a estatal estava tentando manter seus negócios, mas sofria com o orçamento de R$ 60 milhões. Planos da Ceitec era o de importar máquinas novas para o processo de produção de semicondutores de potência que vão atender o mercado de automóveis elétricos, painéis fotovoltaicos e geradores eólicos.