Governo

Ceitec sangra cérebros enquanto aguarda destino da liquidação

A Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados realizou nesta quinta-feira, 14/7, um novo debate público sobre o destino do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada, Ceitec. No morno de uma audiência repetitiva na ausência de discussão efetiva sobre a decisão do governo de encerrar a estatal do chip, restou a constatação de que a Ceitec vaza cérebros enquanto aguarda o desenrolar da liquidação. 

Sem a presença do Tribunal de Contas da União, com quem está a bola nessa decisão desde que suspendeu, em medida cautelar, o andamento da liquidação, a audiência repetiu o script em que o Ministério da Economia não trata do mérito do fechamento da empresa, enquanto a pasta de Ciência e Tecnologia defende timidamente o plano de transferência da propriedade intelectual para uma Organização Social, no caso, a Softex. 

“Do time do design house, com exceção de um funcionário que ainda tem no Ceitec, os demais foram empregados por empresas estrangeiras, no estrangeiro ou em solo brasileiro. Já os profissionais da fábrica estão migrando também. O mercado internacional está muito aquecido. Somos procurados insistentemente, querendo contratar. O Brasil está perdendo essa competência. Se o objetivo da OS era preservar, não parece que será possível. Não se preserva a patente sem as pessoas para colocarem o produto em desenvolvimento”, disse o presidente da da Associação dos Colaboradores do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Acceitec), Silvio Santos Junior.

Tão logo estourou a crise do CEITEC, multinacionais vieram para o Brasil para ficar com funcionários da Ceitec. Em meados de 2021 chegou a britânica Ensilica, que de cara levou uma dúzia e convidou mais. Logo em seguida veio a Impinj, dos Estados Unidos. Ambas se instalaram no Parque Tecnológico de Ciências da Pucrs (Tecnopuc) para aproveitar a mão de obra qualificada. O Brasil segue na contramão do mundo na discussão dos semicondutores. O governo promete uma nova política pública, desde fevereiro deste ano, mas não revelada até agora. Enquanto isso, no mundo, os países, mesmo não tradicionais como Espanha e Portugal, fecharam estratégias de atração de semicondutores.


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