Ciência de dados: a profissão do agora e do futuro
A ciência de dados é um ramo multidisciplinar, que envolve técnicas de computação, matemática aplicada, inteligência artificial, estatística e otimização, com o intuito de resolver problemas analiticamente complexos, utilizando grandes conjuntos de dados como núcleo de operação, explicou Jorge Poco, professor da FGV EMAp e coordenador do curso online de Introdução à Ciência de Dados da FGV.
Em alta, a carreira do cientista de dados requer formação multidisciplinar e visão holística do negócio. É, como pontuou Poco, um campo de interseção entre diversas áreas e, portanto, o profissional atua precisa aplicar os conhecimentos adquiridos, por exemplo, habilidades com computação e matemática em verticais específicas, como medicina, varejo, bancos e telcos, entre outras.
Com a maior procura por profissionais com o perfil de cientista de dados, universidades entenderam que era hora de oferecer a formação, isso em 2013.”As empresas, principalmente as dos Estados Unidos, começaram a requerer este perfil que chamavam de especialista de dados. Tudo que você faz gera dados e aconteceu a revolução dos dados. Antes chamávamos de big data; todos tinham uma quantidade enorme de dados, mas os profissionais não estavam capacitados a analisar estes dados e pouco a pouco surgiram pessoas que colocaram habilidades para estas linhas”, sintetiza Poco.
Brasil se alinha ao mundo e investe na graduação de cientistas de dados
No Brasil, os cursos para formar cientistas de dados ganham corpo com a demanda nacional. Além da Fundação Getúlio Vargas, que oferece curso de graduação na área, o Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, lançou o bacharelado em Ciência de Dados, curso de graduação que passará a ser oferecido a partir do próximo ano. Durante a quarentena, provocada pela pandemia de Covid-19, a FGV Educação Executiva lançou curso online e gratuito sobre introdução à Ciência de Dados.
Na USP, o ingresso no bacharelado em Ciência de Dados será realizado, tal como nos demais cursos da USP, por meio do vestibular da Fuvest e também via Sistema de Seleção Unificada (Sisu), voltado aos participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O foco é que os alunos concluam o bacharelado da USP dominando conhecimentos e habilidades em campos como: algoritmos; estruturas de dados e programação; inteligência artificial, aprendizado de máquina e mineração de dados estruturados e não estruturados; modelagem, organização, armazenamento e gerenciamento de dados; modelagens matemáticas e estatísticas; otimização; inferência estatística; visualização científica e de informação.
Para Maria Cristina Ferreira de Oliveira, diretora do ICMC, a proposta do novo curso é inovadora, pois agrega todas essas áreas para assegurar a graduação de um especialista, de acordo com a necessidade demandada pelo mercado. Jorge Poco, por sua vez, explicou que os cursos da FGV vêm na esteira do que que as empresas reivindicaram. “Com os cursos que estão sendo criados específicos para cientista de dados, os profissionais saem com todas as habilidades, porque são multidisciplinares. É esse profissional multidisciplinar que o mercado ambiciona”, completou.