Conta de luz de R$ 80 milhões/ano é barreira para supercomputador de IA
O governo já começou a negociar com as empresas para construir o supercomputador, mas não bateu martelo sobre a instituição que vai hospedá-lo por conta do custo de energia, admitiu a analista de C&T do MCTI, Eliana Azambuja.
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O supercomputador do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial – que terá a missão de ser top 5 no mundo – já está sendo negociado com as empresas, mas há uma questão complexa para ser tratada: a conta de luz desse equipamento é da grandeza de R$ 70 a 80 milhões por ano e não há como definir quem vai assumir o pagamento dessa despesa.
“Num primeiro momento, o supercomputador vai ficar no LNCC (Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), mas entendemos que a conta de energia gerada é muito elevada e há a questão da sobrevivência das instituições”, afirmou a analista de C&T do MCTI, Eliana Azambuja, ao participar do evento IA em Ação, promovido pelo Serpro, nesta terça-feira, 18/2.
Ela adiantou ainda que está em estudo ampliar o uso dos CENAPADs -Centro Nacional de Processamento de Alto Desempenho – em todo o país. “Essas unidades seriam distribuídas, com computadores de bom desempenho para serem utilizados pelos pesquisadores”, observou a executiva do MCTI. Mas Eliana Azambuja preferiu não dar prazos para a instalação dessas unidades. “Temos que entender que temos R$ 23 bilhões para o PBIA até 2028, sendo cerca de R$ 4 bilhões por ano. A distribuição dos recursos será feita da melhor forma possível”, informou.
A analista do MCTI antecipou ainda que está sendo firmado um acordo de ações conjuntas com Portugal, especialmente, ligada ao Centro Nacional de Transparência Algorítmica e IA confiável, previsto no PBIA. “Portugal já tem dois Centros de responsabilidade e IA, um em Lisboa e outro no Porto. Ter essa experiência internacional vai nos ajudar a desenvolver o nosso centro e entender quais são as ações prioritárias. Ter uma IA confiável é crucial no serviço público”, completou Eliana Azambuja.