Dados públicos não se falam e há corrida maluca por IAs próprias

A Inteligência Artificial não é opcional, ela se tornou obrigatória até por facilitar a oferta de serviço público ao cidadão, mas há equívocos sendo cometidos, entre eles, uma ‘corrida maluca’ onde cada órgão ou Prod correu para fazer a sua IA, sem qualquer integração, advertiu o diretor jurídico e de governança da Prodesp e presidente da Comissão de IA na ABEP-TIC, André Sucupira.

Em entrevista ao CDCast/SECOPCast, Sucupira diz que os dados precisam se falar, e hoje, não há qualquer integração, mesmo com o decreto federal que exige a governança de dados. “A interoperabilidade não existe. Um estado tem o dado numa arquitetura, outro estado tem em outra. Os dados não se falam. E como ter governança? Os dados têm de se falar”, adverte Sucupira, que participou do SECOP 2025, organizado pela ABEP-TIC e pela Network Eventos.

Em São Paulo, o DETRAN e a sua hiper automação tem prioridade. Sucupira conta que uma transferência de veículo que levava 30 dias, agora está sendo feita em minutos. Mas admite que ainda há muitos serviços para serem agilizados. Sobre a inteligência artificial, o diretor da Prodesp e da ABEP-TIC diz que a IA tem de ser resolutiva no setor público. “E de novo vou falar em dados. Se os dados não estiverem limpos e mapeados, a IA simplesmente não funciona”, pontua.

Sucupira também está à frente da associação GovDados, que reúne os profissionais do setor público que atuam com dados e privacidade. “Os principais DPOs do setor público estão participando. É uma função nova. Exige uma organização até porque o gestor assina as ações com o seu CPF”, diz. Sobre soberania, o executivo diz: “Como falar em soberania se a tecnologia é estrangeira? Soberano é tecnologia feita no Brasil. “Assista a entrevista com André Sucupira, do Prodesp e da ABEP-TIC.