Data centers cobram rapidez do Governo para o REDATA
"Um data center de 100 megawatts tem investimento de R$ 1 bilhão. Já o do cliente, de um hiperscaler chega a R$ 8 bilhões. A taxa de importação é ridícula de alta no Brasil", afirma o presidente da Associação Brasileira de Data Centers, Renan Lima Alves.

O tempo do governo não é o tempo do mercado e os executivos ligados ao segmento de data centers clamam por rapidez e agilidade para a oficialização do REDATA, programa de incentivos que o governo está prometendo. O apelo foi feito durante a 2ª Edição do TS Data Center, AI & Cloud, realizado pelo portal Tele.Síntese. “Sabemos que um projeto de governo pode levar meses, mas não nós não podemos esperar. O Brasil está perdendo sua chance”, afirmou o CEO da Elea Data Centers, Alessandro Lombardi.
O CEO da Omnia data center, Rodrigo Abreu, disse que um data center de 100 MWatts tem investimento em torno de US$ 1 bilhão, já para o cliente- um hiperscaler colocar seus equipamentos dentro da unidade, o montante fica em torno de US$ 8 bilhões. “A taxa de importação de equipamentos é altamente ridícula. Um data center chega para atuar no país por pelo menos 15 anos. A arrecadação será permanente e de longo prazo”, adicionou o presidente da Associação Brasileira de Data Centers, Renan Lima Alves.
Um outro ponto colocado à mesa pelo CRO e Head de estratégia da Ascenty, Marcos Siqueira, foi da energia. Segundo ele, o Brasil tem energia, mas ela precisa estar disponível quando o cliente precisa. “E nem sempre é assim. Investimentos em linha de transmissão são muito necessários”, reforçou. A especulação em torno dos terrenos para data centers também preocupa muito. “Projetos estão saindo de São Paulo por conta da especulação imobiliária”, adicionou.
Fato reconhecido pelo prefeito de Santana de Parnaíba, Elvis Leonardo Cezar. A cidade é uma das que mais hospeda data centers no Estado de São Paulo. Para Cezar, o estado de São Paulo e as prefeituras precisam fazer um zoneamento específico para data centers. “É a forma de assegurar território para esses investimentos estratégicos. O data center salvou Santana de Parnaíba da falência depois de a Sky nos deixar. Temos de dar segurança jurídica e de investimento”, afirmou.