Governo

Dataprev: Regulação da inteligência artificial é inevitável

O Brasil discute a sério um marco legal que imponha regras para desenvolvimento e uso de sistemas de inteligência artificial, com intenção expressa de votação no Senado até abril deste 2024. 

E em que pese diferentes abordagens para essa regulação, o principal debate é se o país deve ou não esculpir regras em lei sobre o que é essencialmente uma ferramenta de propósito geral e tem aplicações ainda nascentes. 

Para Rodrigo Assumpção, presidente da Dataprev, empresa que usa e aconselha o governo sobre IA, a adoção de regras é inevitável. A áreas em que o risco do mau uso da tecnologia tem consequências mais graves acabarão por ditar o ritmo.

“É inevitável. Regulamentar baseado no medo, no receio e na fantasia, não costuma ser eficiente. Precisamos vivenciar e ter experiências para regulamentar. Mas eu falo do ponto de vista de um aplicante de tecnologia. Não é minha tarefa regulamentar eleições deste ano, discutir a comunicação do governo com a sociedade, das empresas de imprensa”, afirma Rodrigo Assumpção em entrevista à Convergência Digital

“Meu nicho é confortável, onde tenho alta confiança que as bobagens que inevitavelmente serão cometidas são de baixo impacto. Se eu tivesse cuidando de uma eleição, talvez não estivesse tão tranquilo porque o potencial de bobagem é de alto impacto. Então, devo respeitar muito quem não está confortável e vê uma urgência maior, porque situações distintas requerem soluções distintas”, diz ele.


Segundo ele, a Dataprev já experimenta diferentes casos de uso de inteligência artificial. Esse aprendizado serve de alerta interno, mas também para o governo como um todo. 

“As suítes de produtividade que estão no mercado já estão trazendo IA embutida. E essa IA embutida tem acesso a toda sua rede, a toda sua base, seu lago de dados, os documentos que você produz. Se não tiver uma disciplina de classificação e organização disso, não tem limites por onde esse IA está pesquisando, navegando. Tem um trabalho muito importante paralelo que é de governança e qualificação de dados e documentos, de informações. Para usar IA, tem que se organizar”, diz Assumpção. 

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