Embrapa: Só 28% do campo tem conectividade para dar salto de produção
A revolução no campo que o Brasil foi capaz de promover ao longo do século 20 esbarra na distância das potencialidades disponíveis nas cidades, mas que exigem conectividade ainda ausente nas áreas rurais do país. Como defendeu o presidente da Embrapa, Celso Moretti, ao participar do evento Conectividade no Campo, em Brasília.
Como apontou, em cinco décadas o Brasil foi capaz de criar um modelo sustentável e competitivo de agricultura tropical, sem paralelo no mundo, e totalmente baseado em Ciência. “Mas se o agronegócio brasileiro, que responde por 1/4 de toda a riqueza gerada no país, quiser dar um novo salto de produção e de produtividade, será necessário investir e ampliar a conectividade no campo, porque o acesso às inovações que o mundo urbano já começa a se acostumar vai depender fortemente da maior conectividade no mundo rural.”
Segundo ele, em quatro décadas o mundo assistiu a uma evolução absurda das ferramentas digitais na agricultura. “Saímos de uma situação de mono usuário de computador, da internet comercial, do computador central, da pesquisa adaptativa, para uma situação de sistemas integrados e complexos, Big Data, Internet das Coisas, robótica, drones, sensores e pesquisa sistêmica. Uma nova realidade, onde a conectividade é a chave para o sucesso”, afirmou. Hoje, 72% do campo brasileiro, segundo dados do IBGE, ainda não tem conectividade.
Ele apontou que já existem tecnologias disponíveis, caso dos sensores que medem a temperatura do animal e avaliam o conforto térmico sob sol ou sombra, a detecção de doenças, recontagem de frutos, medição de características em animais, simulação de fenômenos, previsão de safras, monitoramento de logística e transporte, rastreabilidade e suporte à tomada de decisão do produtor.
Entre as prioridades de pesquisa da Embrapa, o executivo destacou a ‘Agricultura Digital’, “onde pretendemos trabalhar mais fortemente com conceitos de plataformas digitais, de dados abertos, identidade digital, blockchain, drones e inteligência artificial”, explicou.