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Governo faz mudanças em novo Concurso Nacional Unificado e quer mais mulheres em TI

MGI e Ipea avaliam medidas como bônus para mulheres na fase inicial do concurso

O Ministério da Gestão promete um novo Concurso Público Nacional Unificado ainda em 2025 e antecipou algumas mudanças no processo seletivo, além de indicar ações para aumentar a presença de mulheres nas carreiras de Tecnologia da Informação. A iniciativa surge como resposta aos dados do primeiro CNPU, no qual apenas 8% das pessoas aprovadas em TI eram mulheres.

A ministra do Ministério da Gestão e Inovação, Esther Dweck, classificou essa disparidade como “uma distorção alarmante”. “Quando analisamos os blocos separadamente, vemos que enquanto nas carreiras sociais e educacionais as mulheres são 60% dos aprovados, em TI esse número despenca. Isso reflete um problema estrutural que começa nas escolhas profissionais”, afirmou a ministra.

Entre as principais mudanças anunciadas para o CPNU 2 está a substituição do antigo sistema de preenchimento com “bolinhas” por um moderno código de barras que identifica automaticamente cada candidato. A novidade, já testada em outros concursos, visa eliminar erros de identificação e agilizar o processo de correção. Cada caderno de questões terá um código único que preserva a privacidade dos candidatos, sendo especialmente útil nas salas com provas de versões diferentes.

O novo edital também trará outras melhorias significativas: será unificado para todos os blocos temáticos – diferentemente da primeira versão que teve oito editais separados – e incluirá duas novas carreiras transversais: Analista Técnico de Justiça e Defesa e Analista Técnico de Desenvolvimento Socioeconômico.

Para enfrentar o desafio da baixa representatividade feminina em TI, o MGI está desenvolvendo um pacote de medidas afirmativas em parceria com o Ipea. O plano inclui um sistema de bonificação para mulheres nas fases iniciais do concurso, inspirado no modelo bem-sucedido do Ministério das Relações Exteriores, além de programas de mentoria específicos para áreas tradicionalmente dominadas por homens.


“Estamos preparando uma campanha especial com histórias de servidoras bem-sucedidas em carreiras técnicas. Queremos mostrar que o serviço público precisa e se beneficia da diversidade que as mulheres trazem”, explicou Dweck. A ministra destacou que muitas candidatas enfrentam a dificuldade de conciliar estudos intensivos com a dupla jornada de trabalho e cuidados familiares.

O Termo de Referência para seleção da banca organizadora do CPNU 2 deve ser publicado em abril, com provas previstas para o segundo semestre de 2025. O governo já adiantou que não haverá edição em 2026 devido ao calendário eleitoral, seguindo as restrições da legislação eleitoral. A primeira edição do concurso, que custou R$ 144,4 milhões aos cofres públicos, ofereceu 6.640 vagas em diversos órgãos federais.

“Nosso objetivo é tornar os concursos mais frequentes, com vagas menores mas recorrentes, para manter o serviço público dinâmico e atualizado”, concluiu a ministra, reforçando o compromisso com a modernização do Estado e com a igualdade de oportunidades no serviço público federal.

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