Governo precisa reagir, e logo, pela transformação digital
Conselheiros que tratam dos temas de TICs no Conselhão começaram a bater bumbo para tentar convencer o governo federal a avançar com a proposta de criação de uma estrutura centralizada para tocar a governança de uma agenda digital para o Brasil.
Essa agenda começou a ser costurada pela comissão de tecnologia, inovação e transformação digital do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável, instância não originalmente prevista na recriação do CDESS, criada a partir dos próprio integrantes.
Materializada no Plano 2030+, essa agenda aborda linhas de ação, metas, indicadores e políticas focadas no estimulo à educação digital, crescimento sustentável do PIB, estímulo à inovação e no aumento significativo da relevância internacional do Brasil.
“O Brasil precisa de um plano de médio prazo para a transformação digital. Tem muito acúmulo na sociedade e se o governo tiver ouvidos abertos, certamente vai ganhar novos parâmetros de administração. Mas tudo isso é letra morta se a gente não conseguir convencer os decisores do governo, as estruturas burocráticas, de que este é o caminho para avançar”, explica o secretário executivo do Conselhão, Paulo Pereira.
Não é por outro motivo que o plano foi apresentado nesta quarta, 24/4, em um workshop com representantes da Casa Civil, ministérios do Desenvolvimento, da Gestão, da Saúde, de Ciência e Tecnologia e Comunicações. “A primeira grande abordagem é termos uma governança central dessa coisas todas, organizadas a partir do plano”, reconhece Pereira.
Um dos diagnósticos é de que existem atualmente 14 ministérios ou órgãos federais envolvidos com projetos de digitalização. “Essa governança centralizada é quase um pré-requisito para esse plano ter o sucesso desejado. É preciso fazer com que todas as partes façam parte de um todo”, resume o vice presidente de relações públicas da Huawei, Atilio Rulli, um dos coordenadores do plano no CDESS.
Como apontado pelo vice presidente de relações públicas da Telefônica/Vivo, Renato Gasparetto, a ideia é que seja uma instância com capacidade de articulação sobre os demais órgãos. “A ideia de uma governança centralizada amadureceu antes mesmo do plano, uma secretaria especial ou extraordinária para transformação digital, vinculada a uma alta instancia de gestão dentro do governo federal, no Palácio do Planalto, com capacidade e orçamento próprio.”
Se o desenho será esse, ainda não se sabe. Há fortes sinais de que um gabinete de governança centralizada conta com apoio não só no CDESS, mas na própria Casa Civil. O formato – se de fato uma secretaria – ainda não tem consenso. Mas a expectativa é que ele exista até a última semana de julho, quando será realizada a próxima reunião plenária do Conselhão, com a presença do presidente Lula.
Clique aqui para ver a íntegra da apresentação do “Plano Brasil Digital 2030+“
(Arquivo PDF – 2,4 MB)