Huawei aponta caminho para consolidação das redes 5G
O diretor de cibersegurança da Huawei Brasil, Marcelo Motta, foi um dos keynotes da manhã do primeiro dia do Painel Telebrasil Summit 2023. No evento, realizado em Brasília, o executivo falou sobre os desafios, e os melhores caminhos, para a consolidação das ofertas 5G no Brasil.
Para Motta, as referências de mercado mostram que o investimento deve começar pelas redes. “As operadoras que investiram mais fortemente em suas redes 5G tiveram um desempenho de mercado superior àquelas que não fizeram”, compara, citando percentuais de receita de 5% a 10% maiores e investimentos na migração de usuários e na ampliação da conectividade em grandes cidades.
O esforço pela migração de usuários, segundo Motta, se justifica pelo consenso no mercado de que as redes 5G só se tornam viáveis a partir de 30% de tráfego. “Quanto mais tempo se leva para que o tráfego chegue a 30%, maior será o tempo de retorno do investimento, daí a necessidade de acelerar esta migração”, afirma.
Mais que isso, quanto mais rápida for a migração, maior também será o ganho de eficiência de custo e energética. E isso é fundamental já que a previsão é que, em dez anos, o tráfego médio nas redes 5G saltem dos atuais 15 GB por mês por usuário para 600 GB por mês por usuário, um crescimento de cerca de 40 vezes.
No entanto, para que as operadoras possam usufruir de todo o potencial oferecido pela tecnologia 5G, Motta lista três desafios que devem ser superados: criar a rede e trazer usuários para a ela, o que está profundamente ligado ao aumento na oferta e redução de preço dos smartphones; ampliar a média de tráfego, o que já vem ocorrendo nas grandes cidades brasileiras; e criar serviços e um ecossistema de atendimento a setores verticais.
Para Motta, o Brasil tem feito grande progresso, com as iniciativas das operadoras estando de duas a oito vezes acima das metas estabelecidas. Ao mesmo tempo, o potencial de crescimento se mantém muito grande. “Temos 32 milhões de pessoas não conectadas ou conectadas com baixa velocidade e, ao mesmo tempo, no ano passado no Brasil apenas 30% dos celulares vendidos eram 5G, contra 85% na China”, compara.
Outra frente destaca da pelo executivo é o chamado mercado 5GtoB. “Aqui, a maior expectativa está relacionada às redes privativas, que leva as operadoras a oferecerem um conjunto de soluções e aplicações, além da operação dessas novas redes”, exemplifica, citando o exemplo de setores como agricultura e portos, cujo core business não está associado a esse tipo de operação. “Isso não se faz sozinho, por isso temos nos focado no desenvolvimento de casos de referência que possam ser rapidamente replicados, apoiando nosso ecossistema de parceiros”, afirma.