Inteligência Artificial: Brasil vai muito mal quando tem de fazer a inovação acontecer
O Brasil é um dos maiores produtores científicos em IA, mas falha muito na hora de fazer produto e esse gap tem de ser superado, adverte Anderson Soares, do Centro de IA da UFG, parceira do Itaú no ICTi.
Por Roberta Prescott
O Brasil é competitivo na geração de conhecimento científico, sendo um dos maiores produtores desse campo em IA, mas o desempenho do País cai drasticamente nos indicadores de inovação. Ao mesmo tempo em que consegue gerar conhecimento, tem dificuldade em gerar inovação — e aí reside uma lacuna que precisa acabar.
“O Brasil é um dos maiores produtores científicos na área de inteligência artificial, ou seja, em congressos, em periódicos, livros, o Brasil vai muito bem,está entre 15 maiores produtores científicos no campo da inteligência artificial e em outras áreas também. Mas, quando a gente olha os indicadores de inovação, que traduzem o quanto a gente consegue pegar esse conhecimento e transformar em produto, em criar produtos inovadores, a gente vai muito mal”, explicou Anderson Soares, pesquisador do Centro de Competência EMBRAPII em tecnologias imersivas, setor de ciência aberta do Centro de Excelência em Inteligência Artificial da Universidade Federal de Goiás.
Soares gravou entrevista com a CDTV durante o lançamento do o Instituto de Ciência e Tecnologia Itaú (ICTi) do qual a UFG é parceria. O pesquisador frisou que existe uma lacuna entre produzir o conhecimento e construir inovação. Esse é o grande desafio a ser superado nos próximos anos. “Ações como essa do ICTi contribuem exatamente para a gente reduzir esse gap. Por quê? Porque é uma interlocução entre quem produz conhecimento e quem tem desejo por inovação”, disse.
Mas essas ações precisam ser somadas a outras similares que têm a capacidade de reduzir o descompasso entre produção de conhecimento e produção de inovação.