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Inteligência Artificial combinada ao 5G vai gerar US$ 11 trilhões à economia mundial até 2030

"Telecom tem tudo para ser o provedor de dados, que é o combustível para a IA, que sozinha representará US$ 5 trilhões na economia mundial", afirmou o diretor geral da GSMA, Mats Granryd. Mas ele fez um alerta: o modelo de telecom global está insustentável. "É hora de mudar".

Por Ana Paula Lobo, de Barcelona

A conectividade será cada vez mais indispensável ao futuro da humanindade e as operadoras de telecomunicações têm um papel crucial em duas oportunidades que surgem de geração de receita: as APIs do Open Gateway, projeto lançado no ano passado, e que já conta com a adesão de 80% das teles de todo o mundo, e a inteligência artificial, observou o diretor geral da GSMA, Mats Granryd, no Mobile World Congress, realizado em Barcelona.

Os números são impressionantes. A GSMA estima que inteligência artificial combinada ao 5G standalone e mais à frente ao 5G advanced vai gerar US$ 11 trilhões à economia mundial até 2030. Apenas a IA será capaz de ter um impacto projetado em US$ 5 trilhões. “E nós, operadores de telecom, somos um importantes provedores de dados, o combustível para as aplicações derivadas da IA”, adicionou Granryd.

Lançado no ano passado com toda pompa e circunstância, o Open Gateway, que tem como propósito a padronização das aplicações por meio das APIs, deu frutos. De acordo com o diretor geral da GSMA, o mercado potencial das APIs do Open Gateway é de US$ 330 bilhões por ano, e 80% das teles aderiram à iniciativa, que já conta com mais de 200 APIs em produção. “O Open Gateway foi um acerto. Nós estamos na era das APIs. Ainda temos muito por fazer”, salientou.

Granryd, porém, advertiu que o capital investido no setor de telecomunicações aumenta mais do que a receita. “Isso é insustentável. Algo tem de ser feito”, afirmou para os participantes do MWC25. Entre os pedidos feitos pela GSMA está a necessidade de ter acesso a mais espectro. “Frequência é o nosso oxigênio para a construção de novas estradas”, ressaltou. Segundo a entidade, serão necessários pelo menos 400 Mhz a mais de espectro para construir as aplicações do futuro.


O executivo da GSMA aproveitou para lembrar ainda que, hoje, 3,1 bilhões de pessoas têm cobertura de redes móveis, mas não usam internet móvel, e fechar essa lacuna possibilitaria gerar uma oportunidade econômica estimada em US$ 3,5 trilhões. Estudo da GSMA revelou que os serviços móveis geraram 5,8% do PIB global em 2024.

Ana Paula Lobo viajou a Barcelona a convite da Huawei Brasil

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