
O deputado federal Juscelino Filho (União Brasil-MA) apresentou sua renúncia nesta terça-feira, 8 de abril, ao cargo de ministro das Comunicações, depois de ter sido indiciado pela PGR. Juscelino estava no cargo desde 2023. Ele publicou uma carta aberta para anunciar o pedido de afastamento.
“A decisão de sair agora também é um gesto de respeito ao governo e ao povo brasileiro”, diz. “Preciso me dedicar à minha defesa, com serenidade e firmeza, porque sei que a verdade há de prevalecer. As acusações que me atingem são infundadas, e confio plenamente nas instituições do nosso país, especialmente no Supremo Tribunal Federal, para que isso fique claro. A justiça virá.”
Com a renúncia e saída do ministério, Juscelino Filho retoma seu mandato de deputado federal pelo Maranhão. Ele agradeceu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo “apoio incondicional” e afirmou que deixa o cargo com “a cabeça erguida e o sentimento de dever cumprido”.
No texto, o ex-ministro destacou iniciativas conduzidas durante sua gestão, como a ativação do Fust para investimento em inclusão digital, a meta de conexão de escolas públicas à internet, a entrega de computadores a comunidades em situação de vulnerabilidade social, a implantação de fibra óptica submersa na Amazônia e a preparação da TV 3.0. O governo não anunciou ainda quem assumirá o cargo.
Pressão
Nesta terça-feira, 8/4, a Procuradoria-Geral da República apresentou denúncia ao Supremo Tribunal Federal contra o ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), sob acusação de corrupção passiva e outros crimes. Os fatos investigados são anteriores à nomeação de Juscelino para o posto de ministro. No ano passado, a Polícia Federal indiciou o ministro, mas Lula decidiu mantê-lo no cargo por achar que “o fato de o cara estar indiciado não significa que ele cometeu o erro”.
Esta acusação foi a primeira apresentada pela atual gestão do procurador-geral da República, Paulo Gonet, contra um integrante do primeiro escalão do governo Lula (PT). Juscelino Filho é suspeito de participar de um esquema de desvio de emendas parlamentares – quando era deputado federal – para a cidade de Vitorino Freire, no interior do Maranhão, onde a irmã dele, Luanna Rezende, é prefeita, e onde o pai já foi prefeito duas vezes.