Lava-Jato fez demanda do TCU por armazenamento de dados crescer 650%
O Tribunal de Contas da União (TCU) está migrando parte de seu armazenamento em discos para flash, após uma licitação no valor de R$ 4,6 milhões cuja vencedora foi a Pure Storage. Em conversa com jornalistas nesta terça-feira, 25/04, Renato Vilela, gerente de infraestrutura do TCU, explicou que houve aumento de 650% na demanda por armazenamento nos últimos três anos e que parte deste crescimento deve-se ao que chamou de “fator Lava-Jato”.
“A TI busca acompanhar as demandas da área de negócio. O “fator Lava-Jato” mudou o perfil da informação que armazenamos e a demanda por dados não estruturados”, explicou Vilela. De acordo com ele, a mega operação exige novos mecanismos para tratar e compartilhar informação entre os órgãos e isto pede sistemas com maior velocidade de processamento, storage e big data analytics.
O gerente de infraestrutura explicou que é muito difícil acertar quanto de capacidade de armazenamento o TCU vai precisar no longo prazo, mas disse que a migração para flash de parte dos equipamentos legados deve atender às demandas até o fim de 2018. Sem entrar em detalhes Vilela adiantou que o TCU fechou contrato com o SAS para provimento de sistemas de análise de big data e que está analisando tecnologias como Hadoop para modernizar seu parque de TI. Há também iniciativas para computação em nuvem privada.
Atualmente, o parque de storage do TCU é bastante diversificado, tendo como fornecedores EMC, HDS e Huawei, e chegando a um total 4,5 petabytes de espaço de armazenamento. O contrato com a Pure Storage prevê migração de 800 teras para flash, mas este número pode aumentar para 1 peta a 1,5 petabyte, se houver necessidade, disse Vilela. Até agora, 500 teras do legado já foi passado para flash. “Todo equipamento tem vida útil. À medida que migramos, os antigos são aposentados devido ao fim do clico de vida”, afirmou Vilela.
O processo da licitação durou aproximadamente dois anos, período quando as empresas fornecedoras de soluções de armazenamento foram ouvidas. O TCU acabou optando por especificar a tecnologia flash na licitação.
O flash representa uma mudança para o segmento de armazenamento. “Faltava ao mercado uma empresa que não estivesse presa ao passado. O nosso produto é feito para flash e não adaptado”, destacou Wilson Grava, vice-presidente e gerente-geral da Pure Storage para América Latina. Citando a IDC Grava, disse que até 2020 60% do mercado corporativo terá algo em flash. “Segundo a IDC, 90% dos dados atualmente não estão em flash. Este é o tamanho do mercado que podemos explorar”, disse, citando que na América Latina existe um mercado potencial de US$ 140 milhões — mundialmente, é de US$ 1,4 bilhão.
A evolução, explicou, segue a sequência de trocar o armazenamento em fita por discos baratos, destes para discos sofisticados e estes são migrados para flash. A próxima etapa no processo evolutivo é tecnologia NVMe (Non-Volatile Memory Express), mas esta ainda com pouca utilização.
Com presença no Brasil há pouco mais de dois anos, a Pure Storage atua 100% via canais, mas não divulga quantos parceiros ela tem. Globalmente, a empresa tem 3 mil clientes e 1700 funcionários. Desde o IPO em 2015, Grava afirma que a companhia triplicou de tamanho. A Pure Storage prevê faturamento de US$ 1 bilhão para o ano fiscal que vai de fevereiro 2017 até janeiro 2018, um montante acima dos US$ 728 milhões obtidos no ano fiscal anterior.