MVNOs e provedores se unem para conectar escolas públicas a 100 Mbps
Enquanto o governo federal e o Tribunal de Contas da União ainda discutem se o leilão do 5G vai obrigar as operadoras a conectar as escolas do país, uma iniciativa completamente privada, liderada por um projeto da Datora, já começou a levar banda larga de 100 Mbps para os estabelecimentos públicos de ensino. Até aqui, 15 escolas e 10,4 mil alunos foram beneficiados.
“Não dependemos de nenhuma política, nem temos qualquer incentivo fiscal. Resolvemos colocar isso no ar, com vários colegas e tanta fibra espalhada no Brasil. A meta é conectar todas as escolas públicas até 2025. Se vier uma super operadora, vai ser muito bem vinda. Se vier política pública, também”, diz Tomas Fuchs, que é CEO da Datora e um dos fundadores do Instituto Escola Conectada.
A ONG foi criada em março e o projeto já conta com vários parceiros entre empresas que atuam como provedores de conexão ou MVNOs: Sumicity, Telecall, Ligue Telecom, Telium, Um Telecom, RLine e Net Cintra. Até aqui, 15 escolas foram conectadas, 47 estão no processo e outras 39 em análise. “Vamos conectar o máximo possível, com as limitações que inevitavelmente vamos ter”, completa Fuchs.
O Instituto atua como intermediador entre a demanda das escolas e os provedores que se dispõem a participar do projeto. Para isso, as escolas preenchem um questionário online – no site www.escolaconectada.org – e a ONG vai buscar quem tope implantar e sustentar a infraestrutura. O compromisso é de que não sejam acessos inferiores a 100 Mbps e que a conexão seja garantida por, pelo menos, três anos.
O lançamento oficial da iniciativa foi feito nesta terça, 24/8, em conferência online com participação dos parceiros e da Anatel. E como apontado pelo presidente da agência, Leonardo Morais, “há uma carência notável de grande parte das escolas brasileiras em termos de conectividade. E não apenas acesso, mas qualidade adequada. Ainda que a Anatel tenha um histórico de atuação, como no programa Banda Larga nas Escolas, ou em obrigações de editais, são iniciativas bem intencionadas, mas que têm limitações”.