Nuvem do Governo terá provedor único e custo estimado de R$ 71 milhões
O Ministério do Planejamento marcou para o dia 18/10 o pregão para contratar o integrador da primeira nuvem pública do governo federal. Depois de idas e vindas, o edital divulgado nesta terça, 2/10, prevê a adesão inicial de 12 órgãos federais, com demanda estimada para 30 meses que resultam em valor de referência de R$ 71,4 milhões.
Como já era indicado pelo governo, a opção manteve a escolha de um provedor único de nuvem, no lugar do plano inicial de ‘multinuvens’. A contratação será especificamente de uma empresa para atuar como representante, ou integrador, desse provedor de serviços de computação em nuvem, considerados aí serviços de infraestrutura como serviço (IaaS) e de plataforma como serviço (PaaS).
A principal engenharia do edital está na criação de um modelo de precificação dos serviços, divididos em três categorias: os serviços de Iaas e PaaS em si, mas também os serviços técnicos e ainda treinamento. No primeiro serão usadas Unidades de Serviço em Nuvem, ou USN. No segundo, Unidades de Serviços Técnicos, ou UST. E o treinamento tem previsão de quantidade.
O valor de uma USN foi fixado em R$ 7,96. Mas para valorar especificamente cada demanda, o edital traz uma tabela com 32 ‘serviços de computação em nuvem’, onde lista itens do tipo máquina virtual, armazenamento, serviço de VPN ou backup, por exemplo, na qual estão precificados cada um deles em USNs. Com base na demanda estimada, os serviços de computação em nuvem somam R$ 58,08 milhões.
De forma semelhante, outra tabela traz 33 ‘serviços técnicos especializados’ e seus respectivos valores em USTs. Segundo o edital, serviços técnicos envolvem apoio a projetos, implementação, monitoramento e resolução de problemas. Uma unidade de UST foi fixada em R$ 281,18. Com isso, a estimativa para o valor total dos serviços técnicos nos 30 meses ficou em R$ 12,79 milhões.
Além disso, outros R$ 526,59 mil são previstos a título de treinamento dos órgãos envolvidos. O valor total estimado do pregão, para um período inicial de 30 meses, resulta em R$ 71.408.352,14. A vigência do contrato, no entanto, poderá ser esticada para até 60 meses, se assim entender o Ministério do Planejamento.
O edital prevê que outros órgãos poderão aderir à ata de registro de preços. Por enquanto, os 12 já incluídos, em ordem de demanda prevista, são o próprio Ministério do Planejamento, que será o gestor do contrato, além do Cade, Anvisa, Ministério da Fazenda, Controladoria Geral da União, Instituto Federal de Educação do Piauí, Iphan, Esaf, Instituto Chico Mendes, Enap, Polícia Rodoviária Federal e a Agência Brasileira Gestora da Fundos Garantidores e Garantias.
Vale lembrar que as normas exigem que todos os serviços sejam executados em território nacional – ou seja, em data centers instalados fisicamente no Brasil, o que inclui replicação e backups. Isso está previsto na Norma Complementar 14, do Departamento de Segurança da Informação e Comunicações da Presidência da República e vista expressamente garantir “que a contratante disponha de todas as garantias da legislação brasileira enquanto tomadora do serviço e responsável pela guarda das informações armazenadas em nuvem”.