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Oi pagou R$ 160 milhões à Anatel por multas com atraso da migração

CEO da Oi, Mateus Bandeira, quer retomar arbitragem com a União o quanto antes.

Por conta do atraso da migração de concessão para autorização, a Oi pagou R$ 160 milhões à Anatel por conta de multas, além de gastar outros R$ 350 milhões com a manutenção dos sistemas de cobre e não migração para tecnologias mais modernas que não estavam previstas, revelou a CFO, Cristiane Barreto, em teleconferência de resultados, nesta quinta-feira, 07/11. “Também deixamos de vender imóveis que seria receita contabilizada para nós. Ainda assim mantemos o plano de captação de R$ 1,5 bilhão, como previsto na Recuperação Judicial”, afirmou.

O CEO da Oi, Mateus Bandeira, acredita que o processo de migração de concessão para autorização – que ainda depende do cumprimento da última obrigação e que virá da liberação de recursos pelo STJ, conforme o Convergência Digital antecipou – saia já ‘nos próximos dias’. Depois, os credores assumem a empresa e vão determinar os rumos da companhia.

De forma prática, tão logo saia a migração, a Oi quer retomar a arbitragem com a União. A Oi pleiteia cerca de R$ 60 bilhões, mas esse montante é questionado. “Não temos como chutar um valor. Temos de aguardar a perícia e a decisão arbitral, o que eu espero aconteça no curto prazo”, observou Bandeira.

Com relações aos resultados financeiros, a Oi admite que a receita da Oi Soluções ficou aquém do desejado – com uma queda de 26,6% e uma receita de R$ 421 milhões no 3º tri – mas há dados positivos como o crescimento de 60% nos negócios de comunicação unificada; 8% em cloud e 5% em IoT. “Vamos focar cada vez mais a atividade na Oi Soluções”, disse Bandeira.

O diretor de Transformação digital da Oi, Rogério Takanayagi, falou sobre o destino da ClientCo, vendida para a V.tal. Segundo ele, concretizado o processo, a Oi Soluções sai do varejo e vai concentrar suas vendas de fibra apenas nas grandes contas corporativas.


Resultados

A Oi registrou um resultado líquido de R$ 243 milhões no terceiro trimestre do ano, impulsionado por impacto positivo da reestruturação da dívida da empresa. Já as receitas da tele tiveram queda acentuada.

De julho a setembro, a empresa registrou faturamento líquido de R$ 2,051 bilhões, 14,4% abaixo do mesmo período do ano anterior. Mesmo nos serviços considerados estratégicos (ou “core”) houve queda – neste caso de 8,5%, para R$ 1,546 bilhão.

A Oi Fibra, que está sendo repassada à V.tal, gerou R$ 1,125 bilhão em receitas no terceiro trimestre, denotando estabilidade (+0,8%).

As receitas consideradas “não core” pela Oi – serviços legados em rede de cobre, TV via satélite (DTH) e subsidiárias – tiveram recuo de 28,5% em um ano, marcando R$ 505 milhões neste terceiro trimestre.

A Oi encerrou o terceiro trimestre com R$ 1,310 bilhão em caixa, após uma queima de R$ 606 milhões ao longo do período (redução de 32% no caixa). O balanço da Oi indica um endividamento líquido a “valor justo” de R$ 8,9 bilhões, mesmo após novos financiamentos.

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