Open Banking: bancos nacionais fecham projetos e afastam as fintechs
Os bancos brasileiros estão conduzindo seus projetos de Open Banking internamente ou em comunidades fechadas, numa estratégia diferenciada da adotada na Europa, onde o conceito está mais adiantado, sinalizaram os especialistas presentes ao painel “Open Banking pelas Fintechs”, no CIAB 2018. Para o CEO da Quanto, Ricardo Taveira, os bancos fazem ‘um supermercado financeiro’ para compensar o alto custo de aquisição alto.
Mas o crédito, considerado o filé mignon, poucos conseguem acessar. “Acabam agindo como patos que querem correr, nadar e voar. Os neobancos fazem a mesma coisa com outra arquitetura. Até que surgem as fintechs que fazem muito bem um dos elementos do supermercado financeiro e afeta o negócio. O Open banking vem acelerar esse movimento seja via cooperação ou por competição”, descreve Taveira.
Ele diz que, no Brasil, a maior parte dos bancos já anunciou APIs transacionais não apenas para acesso a dados, mas também para pagamento. A Quanto oferece APIs que permite a construção de internet banking multibanking e que combina todas as funções para acelerar o relacionamento com os bancos. Ele citou dados dos custos de R$ 400 milhões do Bradesco para desenvolver o Next e de R$ 15 milhões do Neon, afirmando que com sua solução é possível implementar plataformas ao custo de R$ 150 mil, mais acessível aos pequenos provedores.
Kleber Bacili, fundador e CEO da Sensedia, apresentou cases de empresas que já utilizam suas soluções de integração como a Netshoes. A empresa permite a lojista externos venderem em seu marketplace sem precisar entrar em contato com seus desenvolvedores. “É preciso que as soluções sejam abertas, simples, ágeis e corporativamente programáveis”, ensina.
Marc Lahoud, CEO da QueroQuitar, apresentou o modelo de negócio da empresa baseado na negociação voluntária e amigável de dívidas de clientes negativados. A empresa recebe a carteira de devedores de seus clientes e inicia o processo de recuperação de crédito. Lahoud falou dos desafios de integração da plataforma de negociação de dívida. Ele explica que essa integração acontece por Web Service, mas a QueroQuitar optou por emitir o boleto para o devedor diretamente do credor para evitar o desenvolvimento de API.