Open Banking: todo mundo está de olho na nova era, inclusive o Facebook

O conceito de Open Banking está cada vez mais presente no mercado e promete trazer mais serviços aos clientes e mais concorrentes aos bancos. Esta foi uma das constatações de pesquisa da Deloitte, apresentada durante o Ciab Febraban 2018.

De acordo com o sócio da consultoria Sergio Biagini,  o Open Banking é um movimento de abertura e distirbuição do modelo de serviços financeiros. Ele já tem alguns anos, mas recentemente vem ocorrendo de forma mais acelerada, mudando a forma como as pessoas consomem serviços financeiros.

O executivo afirma que as novas tecnologias vão acelerar e auxiliar a transformação da indústria financeira, como mostra o crescente uso de APIs e blockchain, entre outros.”Quando houver regulação, a tendência se tornará regime”, afirma.

Até lá, as cadeias de valor deverão continuar em transformação, motivadas principalmente pelo fato de os clientes serem os donos de suas informações e terem a liberdade de abri-las para os fornecedores em que confiarem. “É fundamental entender esses movimentos”, enfatiza.

Os ecossistemas também devem ser afetados, ganhando mais amplitude, com mais empresas e novos parceiros de negócios. Nesse contexto, as instituições financeiras terão mais dificuldade em saber quem será seu próximo competidor. “O Open Banking trabalha com diversas estratégias, há produtos e distribuições próprias, mas também produtos e distribuições de terceiros. A instituição financeira pode optar por qualquer um deles, até pela oferta de banco como serviço, gerando serviços para outras instituições”, compara.


Justamente por conta desta amplitude de possibilidades, o consultor defende que os bancos, neste momento, não podem ter apenas uma opção estratégica. “As estratégias são múltiplas e vão depender do negócio e da linha de atuação do banco”, afirma.

A pesquisa realizada pela Deloitte aponta que as instituições financeiras estão se preparando de maneiras diversas. Desde a construção de alicerces até a redefinição de seu papel no mercado, passando pela defesa de sua cadeia de valor e pelo teste do modelo de plataforma. “O ponto é como estas empresas vão encarar o Open Banking: como uma possibilidade de novas oportunidades ou apenas como algo que tem que ser feito”, diz.

Iniciativas

Enquanto os bancos procuram encontrar sua posição em relação ao Open Banking, empresas de outros setores se preparam. É o caso da IBM, que há quatro anos vem trabalhando no desenvolvimento de soluções baseadas em blockchain. A gerente geral de Blockchain da companhia, Marie Wieck, acredita que a tecnologia traz a possibilidade de transformar a comunicação e de otimizar transações complexas.

“Hoje, 66% das organizações que utilizam o blockchain estão experimentando novos modelos de negócios, que conectam pessoas, recursos e outras organizações em um único ecossistema”, diz, lembrando que o Gartner prevê que, até 2030, o uso de blockchain deve gerar US$ 3 trilhões em valor agregado.  

Quem também está atento às possibilidades que o Open Banking pode trazer ao mercado é o Facebook. O estrategista global de Serviços Financeiros da companhia, Neil Hiltz,  acredita que a rede social pode dar mais escalabilidade e eficiência aos serviços financeiros. “Hoje, 91% dos clientes de bancos preferem usar seus aplicativos do que ir às agências”, sublinha.

Outro dado citado pelo executivo é que, até 2020, 50% de todo o conteúdo global será visualizado em dispositivos móveis. É de olho nesta equação que o Facebook já está colocando em operação parcerias – via SDK – com instituições como o Finansbank, da Turquia,  o HDFC, da Índia e o Banco do Brasil. “Todos tirando proveito de nossa capacidade de segmentação e escalabilidade”, diz.

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