
Roberta Prescott, de Las Vegas
“Enfrentamos um momento único em uma geração em que a IA muda tudo e todas as inovações coletivas ao longo do caminho servem como base para a nossa plataforma” destacou o coCEO da Oracle Mike Sicilia ao abrir, nesta terça-feira, 14/10, o Oracle AI World, em Las Vegas.
O impacto transformador da inteligência artificial nos negócios norteou o debate. Inclusive, o próprio nome do principal evento da multinacional mudou para sinalizar a fase da Oracle de colocar a IA no centro de tudo e sinalizar como a inteligência artificial remodela os negócios e transforma organizações das mais diversas indústrias.
“A IA não se trata mais apenas de mudar a tecnologia. Não se trata apenas de alguns novos recursos. Trata-se de mudar a forma como os negócios são feitos em todos os lugares. Ela muda a forma como você atende seus clientes, como encontra os melhores talentos, como economiza dinheiro, como acelera a produtividade, como inova e, além disso, todos nós, juntos, estamos no centro dessa incrível revolução hoje”, assinalou Sicilia, que, até setembro, ocupava cargo de presidente da Oracle Industries e foi promovido a coCEO ao lado de Clay Magouyrk, ex-presidente da Oracle Cloud Infrastructure (OCI). Mike Sicilia ingressou na Oracle por meio da aquisição da Primavera Systems.
Nesse sentido, a Oracle faz uma série de anúncios durante o evento. Lançou o Oracle AI Factory, um conjunto de serviços de suporte para uma adoção mais rápida de IA e modernização do stack tecnológico. A Oracle AI Factory foca em ajudar clientes a utilizarem o Oracle AI Agent Studio para “fusion applications” para criar e implantar agentes, unificar dados e simplificar o ciclo de vida da IA com o Oracle AI Data Platform, e acelerar a adoção de IA embarcada em Oracle Fusion Cloud Applications.
Também anunciou expansão da colaboração com a AMD: o Oracle Cloud Infrastructure (OCI) será o parceiro de lançamento do primeiro supercluster público de IA impulsionado por GPUs AMD Instinct MI450 Series, com implantação inicial de 50.000 GPUs a partir do terceiro trimestre civil de 2026, com expansão prevista para 2027 e anos seguintes.
“E, claro, tudo começa com os dados, o combustível para a IA”, destacou Sicilia. Neste sentido, o Oracle AI Database 26ai incorpora IA ao centro da gestão de dados, avançando a visão IA para dados com um banco de dados nativamente orientado para IA. “Por décadas, o banco de dados Oracle gerenciou o que há de mais valioso no mundo hoje: dados”, apontou o coCEO.
A mesma plataforma fornece agentes de IA incorporados em um conjunto completo de aplicativos, potencializando resultados de IA da ponta, do front-office ao back-office. “Nossa plataforma de dados de IA se baseia em tudo isso, combinando seus dados corporativos, estruturados e não estruturados, com os melhores modelos de IA generativa, para que se possa executar e criar agentes e análises de IA sem sacrificar a segurança interna dos dados privados”, explicou.
O verdadeiro impacto da IA não se resume a sistemas e estatísticas. “Trata-se, na verdade, de mudar tudo. Trata-se de resolver problemas inteiros e fazer as coisas de uma maneira muito melhor”, ressaltou.
Na companhia de energia Exelon, a inteligência artificial tem melhorado o atendimento ao cliente, a manutenção preditiva e a conformidade regulatória.
No palco do keynote, Calvin Butler, presidente e CEO da Exelon, enfatizou a importância de treinar os funcionários para utilizar a IA com segurança e eficácia. “Cada vez que você adiciona algo de tecnologia no sistema você tem de pensar em segurança e em como minimizar riscos”, assinalou.
Butler ponderou que veremos mais transformações nos próximos dez anos do que vimos nos últimos cem. “Então, precisamos entender isso e saber o que faremos a respeito”, disse. Como alguém que opera uma das maiores redes dos Estados Unidos, ele assinalou que não pode continuar executando a mesma coisa como sempre fez e destacou que a tecnologia é uma oportunidade, mas também um desafio.
A segunda questão colocada por Butler foi a centralidade no cliente e como a tecnologia está ajudando no atendimento. “Tenho que justificar cada dólar gasto e, por isso, estou sempre falando sobre o valor agregado. Quando falamos sobre uma transição para dados, criar uma estratégia de dados que nos permita atendê-los de forma diferente será fundamental para nós”, disse.
Roberta Prescott viajou a Las Vegas a convite da Oracle Brasil