Para Anatel, Wi-Fi será base para a evolução do 5G
A decisão da Anatel que fez do Brasil o primeiro país a regulamentar completamente o uso não licenciado em baixas e baixíssimas potências em toda a faixa de 6 GHz é um movimento com impacto fundamental na evolução das redes móveis de 5G. Para o vice-presidente da Anatel, Emmanoel Campelo, a decisão é histórica e chega na hora certa.
“É importante destacar que o novo padrão surge em um momento crucial das telecomunicações, no Brasil e no mundo. A evolução do 5G depende da massificação das redes locais. E além do 5G e do grande volume de offload, a pandemia trouxe uma nova perspectiva sobre o uso das redes. Home office e home schooling ganharam novas dimensões, o que já causa stress nas redes domésticas e deve ganhar maior escala”, afirmou Campelo.
Relator da proposta que foi a consulta pública antes da aprovação da Anatel, Campelo participou nesta terça, 2/3, do ‘Wi-Fi 6E no Brasil’, promovido pelo Wi-Fi NOW, com colaboração do Convergência Digital. Ele ressaltou o crescimento do tráfego e a complementaridade dos sistemas licenciados e não licenciados, bem como o papel das redes Wi-Fi no dia a dia das conexões. “No Brasil, pelo menos 71% dos domicílios possuem conexão de banda larga fixa e 80% deles usam Wi-Fi. Mesmo com crescimento constante das redes móveis, as redes sem fio LAN são cada vez mais importantes para escoar tráfego, por terem baixa latência e pela inexistência de franquias ainda aplicadas ao serviço móvel.”
Para o vice-presidente da Anatel, a decisão tem uma série de impacto positivos. “O principal é conectar brasileiros com altíssima velocidade em áreas onde o serviço móvel não está disponível. Para um país com os gaps sociais que possuímos, isso se mostra absolutamente relevante. E conectar essas áreas com qualidade traz benefícios ao comércio local, à economia, dá suporte para educação, para informação, sem falar nas conexões M2M em setores chaves da economia, na indústria e no agronegócio.”