Para Banco Central, taxar Pix seria loucura
Taxar o Pix por meio da criação de impostos sobre as transações realizadas pelo Sistema de Pagamentos Instantâneos seria uma loucura, afirmou Renato Dias de Brito Gomes, diretor de organização do sistema financeiro e de resolução do Banco Central do Brasil, durante uma live, nesta segunda, 4/9, quando foram compartilhados os alcances e feitos do Pix, desde o seu lançamento até dezembro de 2022.
Renato Gomes defendeu que a criação de impostos sobre o Pix não é assunto do BC, mas “seria uma loucura”. Ele ressaltou ainda que a expansão do Pix para pagamentos internacionais é uma prioridade do BC e falou que a previsão de lançamento para o Pix Automático é no segundo trimestre de 2024. A modalidade vai viabilizar pagamentos recorrentes mediante autorização, algo que ainda é restrito atualmente.
“Há um impacto notável na competição bancária. Hoje, para usar o débito automático, o banco e a concessionária precisam ter convênio entre elas. Com o Pix Automático, todas as instituições que fazem parte do Pix vão poder fazer pagamentos recorrentes para todos; o cliente não precisa mais estar ligado a um grande banco para poder fazer pagamento recorrente”, explicou.
Com relação ao Pix Internacional, Gomes disse que o BC está acompanhando as iniciativas, conversando com parceiros da região e analisando os desenvolvimentos para saber “onde faz mais sentido devotar os recursos escassos”. “Pix internacional é foco”, afirmou.
Balanço
Em menos de três anos de funcionamento, o Pix transformou a forma como os brasileiros fazem transferências e pagamentos. Lançado nesta segunda, o “Relatório de Gestão do Pix – Concepção e primeiros anos de funcionamento 2020-2022” apontou que, em dezembro de 2022, foram 2,9 bilhões de transações Pix contra 1,4 bilhão em dez/21, um aumento de 107% em um ano.
Com relação aos montantes, R$257,00 é o valor médio das transações entre pessoas físicas e de R$ 5,7 mil entre empresas; o maior Pix já feito foi de R$ 1,2 bilhão. Somados, o valor transacionado em dezembro de 22 foi de R$ 1,2 trilhão, superior aos R$ 718 bilhões transacionados em dez/21, um aumento de 67%. E mais: 93% das transações feitas por pessoas físicas são de até R$ 200,00 (considerando todas as transações desde o lançamento do Pix até dez/22).