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Procergs: priorizem seus planos de recuperação de desastre

Quando a enxurrada inundou o centro histórico de Porto Alegre, no início de maio deste 2024, o único datacenter da empresa estadual de processamento de dados, a Procergs, foi comprometido. Instalado no subsolo da sede, mobilizou centenas de servidores para transferir parte dos serviços, migrar outros e retomar a operação o mais rápido possível. 

“Fomos pegos de surpresa. A gente não imaginava que toda aquela água fosse chegar. Estávamos há três anos com um plano de contingência do datacenter. A gente já replicava algumas informações na Elea, em Porto Alegre. A gente já subia algumas coisas para a nuvem. Vínhamos fazendo esse processo de replicar, de buscar algumas soluções. Infelizmente, foi uma coisa que aconteceu muito rápido e a gente acabou ficando 18 dias fora do ar. É um prejuízo enorme, ainda que outras empresas, como o aeroporto, estejam até hoje sem operar”, relata o diretor administrativo e financeiro em exercício da presidência da Procergs, Romero Pimentel. 

A empresa de TI do Rio Grande do Sul participou do Secop 2024, o encontro anual das Prods, para divulgar o alerta: “estejam preparados, avancem na recuperação de desastres”. 

“A recomendação é não esperar. As pessoas acham que não vai acontecer, mas pode acontecer, como foi o nosso caso. É ter um ‘disaster recovery’ bem estruturado, é pensar em sair, embora nem tudo possa ser duplicado, mas pensar em alguma coisa na nuvem. Hoje, a gente vê todo mundo falando em diretoria de governança. Continuidade de negócios deve ser pauta, toda semana pensar ou discutir isso, para que, se for pego de surpresa, sejam eventos climáticos ou de outra natureza, ou ataque hacker, porque os problemas acontecem. A gente veio chamar a atenção para o problema da continuidade de negócio”, destacou Pimentel. 

Mesmo retomando sistemas, a empresa precisa de fortes investimentos para recuperar o centro de dados, mas também a alimentação de energia. “A gente precisa reconstruir toda a parte de engenharia que a gente foi perdida. Mas esse investimento é muito alto. Temos o patrocínio do governador, então esse dinheiro virá do estado. Já passamos alguns orçamentos, tanto da obra da estrutura, da subestação elétrica e tem a parte de ‘disaster recovery’, que vai envolver infraestrutura, datacenter, é muito mais complexo”, insistiu o presidente em exercício da Procergs.


Pimentel reforçou o alerta porque acredita que, assim como aconteceu no Rio Grande do Sul, as demais empresas estaduais de TI estão vulneráveis. “Se pegar as maiores Prods do Brasil, não tem nada nesse sentido ainda. Infelizmente, na tragédia a gente serviu de exemplo para o Brasil inteiro parar e pensar mais em segurança, em recuperação de desastre.”

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