Sem dinheiro, Telebras desiste de sociedade em cabo submarino
Sem dinheiro para investir na construção do novo cabo submarino entre Brasil e Europa, a Telebras desistiu de participar como sócia do empreendimento. No lugar, a estatal vai firmar um acordo para garantia de compra de capacidade, a princípio no montante já aportado na criação da parceria, a ser revisto quando o cabo submarino estiver pronto.
“Na parceria da Telebras com a Eulalink, ela modificou a forma de participação. Deixou de ser um dos sócios do empreendimento e passou a ser um tomador de capacidade. O projeto continua e agora tem previsão de implantação no primeiro trimestre de 2019”, afirmou o secretário de Telecomunicações do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), André Borges, durante exposição no Futurecom 2018.
Pelo desenho inicial, a Telebras teria 35% do empreendimento, enquanto a espanhola Islalink, depois Eulalink, deteria 65%, mas com a expectativa de 20% seriam transferidos a um outro sócio brasileiro. Esse sócio, no entanto, jamais apareceu. Além disso, os cortes no Orçamento afetaram diretamente os aportes da estatal.
Como resultado, a Telebras está no processo de transferir para a Eulalink aquela participação de 35% no negócio. Nesse acordo, os aportes já feitos na constituição da joint venture Cabos Brasil Europa serão convertidos em compra de capacidade.
A expectativa de que a construção do cabo submarino comece em 2019 levam em conta que já foi escolhida a Alcatel Submarines Networks como a responsável pela obra, a um custo estimado de 25 milhões de euros (cerca de R$ 100 milhões) para os 10 mil km de extensão entre Fortaleza e Sines, em Portugal. Além disso, o novo sócio majoritário do empreendimento deverá, em breve, ser o fundo europeu Marguerite.