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São Paulo adere e greve na Dataprev atinge todo o país

Em assembleia nesta segunda-feira, 27/1, os trabalhadores da Dataprev em São Paulo aprovaram a adesão à greve na estatal, que com isso já foi votada em todos os estados do país – no Rio de Janeiro, que votou na quinta, a paralisação começa na terça, 28/1. 

Segundo o Sindicatos dos Profissionais em Processamento de Dados e TI do Estado de São Paulo, “a decisão da adesão à greve ocorreu após inúmeras denúncias de demissões em massa, precarização, assédio moral e coação em todo o Brasil”. Segundo o sindicato, “o desmonte da estatal responsável pelo processamento de dados previdenciários vem atrasando o recebimento de pensões e aposentadorias em todo o país”.

Ao longo da última semana vários estados foram aderindo ao movimento, contrário às demissões de 493 funcionários, 15% do total, anunciadas pela estatal por conta da decisão de fechar 20 unidades regionais. Além disso, a greve é contra as intenções de privatização da empresa, já incluída no Programa de Parcerias de Investimento do governo federal. 

Segundo a direção da Dataprev, serão fechadas as unidades no Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins. 

Na assembleia em São Paulo, os trabalhadores lembraram que não são empresas estatais quem frequentam as manchetes por conta do vazamento de dados, um dos motivos apontados pelo secretário de desestatização do Ministério da Economia, José Salim Mattar, para a venda da Dataprev e do Serpro. 


“Não são nas estatais que estão os maiores escândalos de venda de dados sigilosos. Vimos com o caso Facebook x Cambridge Analytca, o quão perigoso pode ser para um país passar para uma empresa acostumada ao tratamento comercial dos dados. Estão querendo jogar os trabalhadores da Dataprev contra o povo brasileiro. Primeiro, eles desmontam a estrutura da empresa com demissões em massa e causam uma crise nacional na concessão de benefícios previdenciários. Depois, surgem declarações mentirosas e caluniosas do Sr. Salim Mattar dizendo que os trabalhadores da Dataprev vendem os dados públicos. Tudo isso para justificar a privatização da empresa. Os trabalhadores não vão aceitar esses ataques e a precarização que querem impor. A greve é resultado do desmonte que vem sendo promovido na empresa em todo o país.”, afirmou o presidente do Sindpd, Antonio Neto. 

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