Sob rumor de privatização, BB Tecnologia assina contrato de R$ 59,5 milhões
Apesar de toda a discussão interna no governo com relação às privatizações de empresas estatais em que a meta seria vender tudo o que não fosse o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Petrobras, a BB Tecnologia e Serviços, ex-Cobra Tecnologia, assinou um contrato no valor de R$ 59,5 milhões.
O extrato do contrato foi publicado na edição desta segunda-feira, 28 de janeiro, do Diário Oficial da União com a empresa Engesoftware. A vigência será de 24 meses, a contar da assinatura em 17 de janeiro deste ano. Na justificativa, a BB Tecnologia, antiga Cobra Tecnologia, alega que a empresa fornecerá “postos de serviços para execução de atividades especializadas de TI e para apoio às operações executadas pela estatal.
A decisão vai na contramão das declarações do secretário especial de Desestatização e Desinvestimento do Ministério da Economia, Salim Mattar, que ao falar para investidores sobre a situação das empresas públicas deixou claro que o Governo Bolsonaro tem a intenção de “manter apenas Petrobras, Banco do Brasil e Caixa” na concorrência com o mercado. Mesmo assim, segundo ele, “com tamanho reduzido”.
Então qual seria a lógica de se realizar um gasto deste tamanho se a subsidiária corre o risco de ser privatizada ou extinta? Já que a palavra “enxugamento” também pressupõe o fechamento da estrutura e não apenas a sua venda, como será a modelagem de privatização ou enxugamento de estatais ? Isso ainda não está claro nas declarações do governo.
Mas por experiências passadas, no caso de uma privatização de estatais vende-se a parte boa da empresa para a iniciativa privada. A parte considerada “podre” (passivos trabalhistas, dívidas, etc) ficam com o Tesouro Nacional para um dia ser equacionado, sabe-se lá quando.
Já o eventual fechamento de uma subsidiária do mercado financeiro, a hipótese provável seria que o Banco do Brasil assumisse a gestão dos contratos ativos na BB Tecnologia, pois o interesse é comum, uma vez que são serviços de manutenção de ATMs, desenvolvimento de softwares e aplicativos para o banco, manutenção impressoras, etc; que em instância final beneficiam a própria matriz.