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Softex diz que tarifaço põe 110 mil empregos em risco em empresas de hardware e software

Estudo sugere que o país aposte em software personalizado, agtechs e fintechs

O setor de Tecnologia da Informação e Comunicações está em alerta máximo com a iminente imposição de tarifas de até 50% pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Um estudo do Observatório Softex traça um cenário pessimista e indica que as tarifas podem levar à perda de até 110 mil empregos no Brasil em um ano, sendo 26 mil apenas no setor industrial.

Realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais, o estudo diz que as empresas exportadoras de tecnologia, especialmente aquelas que dependem de insumos importados, são as mais vulneráveis. O número de postos de trabalho nessas companhias pode encolher entre 15% e 25% nos próximos 18 meses.

Mesmo as empresas que não exportam diretamente sentirão o golpe. O aumento do custo de componentes e insumos, estimado em 14,5% na média, deve comprimir as margens de lucro em até 6,3%. Um exemplo concreto: uma empresa que exporta US$ 10 milhões anualmente pode ter um acréscimo tarifário de até US$ 5 milhões (aproximadamente R$ 27 milhões), tornando seu modelo de negócios insustentável.

O setor de hardware é apontado como o mais afetado devido à sua alta dependência de componentes como sensores, placas e baterias. Já os segmentos de software e serviços, embora menos expostos a cadeias de produção físicas, serão impactados pela retração da demanda e pelas dificuldades em repassar os custos aos clientes.

Apesar do cenário adverso, o estudo do Softex aponta que a crise pode gerar oportunidades estratégicas para o Brasil. O estudo recomenda que o país aposte na neutralidade geopolítica, o aprimoramento da força de trabalho e o foco em produtos de maior valor agregado.


As recomendações incluem a priorização de segmentos onde o Brasil já tem vantagens competitivas, como software personalizado, agtechs e fintechs. O whitepaper também sugere que o governo federal incentive a exportação de software e semicondutores. Além disso, a diversificação de acordos internacionais, especialmente com a União Europeia, é vista como fundamental diante das tensões com os Estados Unidos.

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