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“Se contratássemos uma IA externa, nem precisaríamos pagar, o serviço seria grátis, mas essa IA estaria aprendendo com o nosso acervo de informações, e em determinado momento, poderia até nos descartar, porque não seríamos mais úteis”, destilou o presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Herman Benjamin.
Ele defendeu nesta terça-feira (11/2) os investimentos feitos em tecnologia própria para evitar que o Judiciário brasileiro se torne uma espécie de ‘barriga de aluguel’ das empresas de tecnologia. O tribunal lançou o STJ Logos, novo motor de inteligência artificial generativa que vai gerar relatórios de decisões, analisar a admissibilidade de recursos e auxiliar os gabinetes, fornecendo informações e jurisprudência.
O desenvolvimento da tecnologia foi todo feito internamente, seguindo padrões de proteção de dados e de integridade das informações processuais, conforme normas do Conselho Nacional de Justiça e parâmetros internacionais de segurança e conformidade.
“O Judiciário não é barriga de aluguel de ninguém. Nós não vendemos informações, nem queremos que elas sejam canibalizadas”, adicionou Herman Benjamin. O ministro destacou que as informações existentes tratam de centenas de milhões de páginas de documentos em poder de um tribunal que, em 2024, julgou mais de 500 mil processos.
“Para mim, essa é a beleza política dessa iniciativa do STJ, porque nós desenvolvemos o sistema e temos um controle que não digo que é absoluto — porque nada é —, mas o máximo possível. Ninguém vai canibalizar as informações do STJ e do povo brasileiro”, finalizou.