Telebras corta previsão de receita em mais R$ 50 milhões
Motivo de disputa entre o ministério da Economia – que a quer privatizada em 2021 – e o Ministério das Comunicações, que planeja manter a Telebras por conta da massificação da banda larga em áreas remotas, a Telebras reduziu ainda mais a sua projeção de receita operacional.
Em fato relevante à CVM, a estatal informa que, agora, a sua projeção de receita é de R$ 330,62 milhões, ou uma queda de 13,8% em relação ao previsto em janeiro – R$ 383,64 milhões, quando a Telebras passou à condição de empresa estatal dependente do orçamento fiscal e da Seguridade Social na Lei Orçamentária de 2020.
A Telebras informa que o aviso ao mercado é justificado pelo obrigação legal de informar suas projeções. O governo tinha a previsão de vender a Telebras no final de 2021, mas a nomeação de Fábio Faria, do PSD, para o ministério das Comunicações mudou o processo. O PSD é favorável ao uso da Telebras – e do satélite geoestacionário no qual o país investiu quase R$ 3 bilhões- para levar banda larga para áreas remotas não atendidas pelas operadoras de telecomunicações, como aconteceu no estado natal do ministro, Rio Grande do Norte.
A venda da Telebras é uma pedra no sapato do Governo Bolsonaro. A estatal resistiu ao ser classificada como uma estatal dependente do orçamento fiscal e, recentemente, deixou claro à CVM que o BNDES não poderá coordenar a sua possível venda, lembrando que o processo tem de ser conduzido por um banco público.