Telebras prioriza satélite e falha no atendimento aos provedores Internet por banda larga

A Auditoria Anual de Contas – com dados de 2017, feita pela Controladoria Geral da União, para julgamento posterior pelo Tribunal de Contas da União com relação à prestação de contas dos órgãos e entidades federais na governança pública – mostra que a participação da Telebras no mercado de provedores Internet regionais carece de melhorias, uma vez que a maior parte dos investimentos da estatal se concentraram no satélite geoestacionário.

Muitos dos dados constatados na Auditoria do CGU foram suprimidos do Relatório, sob a argumentação que são informações sigilosas de natureza comercial e industrial, mas o relatório constata que um dos objetivos do Plano Nacional de Banda Larga era exatamente “massificar o acesso a serviços de conexão à Internet em banda larga” e, como se deriva da análise de participação do mercado e da distribuição geográfica dessa participação, há deficiência nessa tarefa de massificar o acesso ao longo das regiões mais necessitadas”.

O relatório também aponta que que a “presença física da Telebras tem potencial para interiorizar mais o acesso à Internet no Brasil, gerando a possibilidade de que provedores regionais possam ofertar seus serviços em municípios ao longo da rede disponibilizada pela estatal, sendo necessário para isso o investimento em infraestrutura de backhaul para permitir a interligação dos provedores regionais, mas essa possibilidade não foi devidamente explorada pela estatal como pode ser visto pelo baixo percentual de participação junto a provedores regionais, discutido anteriormente, e pela escassa capilaridade de municípios com disponibilidade de comercialização de acesso. projeto estratégico SGDC”.

A Controladoria Geral da União também identificou ainda outros pontos a serem tratados como “dificuldades de geração de resultados positivos com o projeto SGDC, associadas à ausência de um direcionamento estratégico da Telebras, haja vista a não efetivação do seu planejamento de longo prazo”.

Segundo os auditores, “esse cenário é potencializado por fragilidades na gestão da força de trabalho relativas à contratação de empregados na modalidade ad nutum; falhas no processo de gestão de depósitos judiciais; vulnerabilidades de segurança da informação em soluções corporativas da Telebras; e escassez de informações em notas explicativas das demonstrações contábeis”.


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