Transformação digital no Brasil passa pelo uso do smartphone

A Mobilidade está entre os elementos mais importantes usados pelas empresas para a transformação da força de trabalho no Brasil. Um levantamento feito pela IDC e pela Salesforce aponta que o smartphone é o dispositivo preferencial das companhias, ainda que mais de 61% usem tablets. As empresas entrevistadas afirmam custear o plano de dados dos funcionários para celulares (88%) e para aparelhos maiores, como tablets e notebooks (86%).

Em uma escala que varia de 0 a 100 pontos, o índice geral de digitalização dos negócios, segundo o estudo, atingiu 67,5. No que diz respeito aos pilares que compuseram o levantamento, a Mobilidade chegou a 80, seguido por Velocidade e Produtividade (77), Inteligência (56,5) e Conectividade e Integração (41,5). A Salesforce criou uma ferramenta online e gratuita que permite ao executivo de TI ou de áreas de negócios medir o nível de sua própria empresa na transformação digital focada no cliente e comparar com os resultados do estudo.

Para chegar a esses resultados, foram entrevistados executivos de 100 empresas com mais de 500 funcionários. O intuito do levantamento foi medir o avanço da transformação digital que as empresas estão aplicando aos recursos que usam nas áreas de vendas, marketing e atendimento a clientes. “Estamos na ‘Era do Cliente’, por isso o relacionamento com esse público deve ser mais consultivo e engajador em todos os pontos de contato. Pelo que o estudo constatou, a mobilidade tem trazido ganhos expressivos na agilidade e produtividade dos colaboradores, mas é hora de gerar mais valor ao cliente ao se integrar melhor o CRM a outras aplicações de negócio”, diz Daniel Hoe, diretor de marketing da Salesforce para a América Latina.

A pesquisa aponta ainda que apenas 30% das empresas têm o CRM disponível em equipamentos móveis, ao passo que 96% contam com o e-mail corporativo acessível a partir de smartphones e tablets. Quando se trata de Velocidade e Produtividade, Tecnologia se mostrou a área prioritária para investimento em digitalização de processos nos próximos 12 meses, seguida de Operação, Compras, Marketing e Atendimento. Os setores de manufatura e comércio, no entanto, deverão concentrar os esforços no departamento de Vendas neste período.

A pesquisa mostra que 58% das empresas entrevistadas afirmam estar no mesmo ritmo de seus concorrentes e que só 15% delas se percebem à frente nesta transformação. “O benchmark pode ser uma ferramenta essencial para que as organizações tenham a visão clara de onde precisam melhorar. Estamos otimistas, porque 47% delas já identificaram a necessidade de se digitalizar e 30% dizem ter uma evolução mais estruturada”, afirma Luciano Ramos, gerente de pesquisa e consultoria da IDC.


Entre os pilares que basearam a pesquisa, Inteligência obteve o terceiro maior índice. O estudo destaca a presença da Inteligência Artificial (IA) nas áreas de Vendas, Atendimento ao Cliente e Marketing. Quando se analisa a performance de cada segmento, o comércio é o que sai na frente. Entretanto, ainda há uma desconexão entre a informação gerada por meio de ferramentas analíticas e o acesso a partir de qualquer dispositivo, já que apenas 58,3% contam com este tipo de solução que traz a informação até o tomador de decisão, esteja ele com um smartphone em campo ou um computador no escritório.

O pilar com pontuação mais baixa no benchmark realizado pela IDC e a Salesforce foi Conectividade e Integração. “A importância da integração dos processos de marketing, vendas, equipes de atendimento ou de campo, está bastante clara dentro das organizações. Mas a baixa prioridade dada ao tema é responsável pela não implementação de soluções que tragam ganhos de produtividade e escalabilidade para as empresas, que estão postergando ações nesse sentido”, explica Ramos.

Recurso para aumento de produtividade e alcance, a automação de processos não é usada de maneira integral nas empresas para as áreas de marketing, vendas e equipes de campo. Tal automação viabiliza uma escalabilidade de atendimento que, se contratada adequadamente, permitiria a essas organizações atender de forma ágil e econômica tanto os crescimentos quanto as retrações de mercado. Já com relação ao uso da nuvem, a maturidade é bem maior e apenas 8% das empresas não a têm em seus planos. Entre os tomadores de decisão entrevistados, 31% pretendem investir na modernização de processos nos próximos 12 meses, 31% em até 24 meses, 19% em mais de 24 meses e apenas 8% não têm investimentos planejados.

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